Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Rodrigo César Fernandes |
Orientador(a): |
Oliveira, Márcia Cristina Campos de |
Banca de defesa: |
Oliveira, Márcia Cristina Campos de,
Lima, Aurea Echevarria Aznar Neves,
Vega, Maria Raquel Garcia,
Andrade Neto, Valter Viana de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Química
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Departamento: |
Instituto de Química
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14745
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Resumo: |
Plantas marinhas produzem metabólitos secundários relacionados à defesa contra predadores, em concentração capaz de resistir ao efeito diluente da água do mar, de forma a serem efetivos em baixas concentrações. Assim, produtos naturais marinhos tendem a ter alta atividade biológica em baixas concentrações. A perspectiva de compostos com atividades biológicas de interesse à saúde humana justifica o estudo de produtos naturais marinhos, sobretudo lançando mão de ferramentas como modelagem molecular e modificação estrutural, como forma de equacionar a relação atividade/toxicidade, o que motivou a realização deste estudo acerca da atividade de extratos de algas marinhas contra Leishmania infantum. O gênero Leishmania compreende protozoários digenéticos, que vivem alternadamente em hospedeiros vertebrados e insetos vetores, sendo estes, responsáveis pela transmissão do parasito de um hospedeiro para outro. L. infantum é uma das espécies responsáveis pela ocorrência da leishmaniose visceral, forma clínica da doença que acomete além de humanos, demais animais vertebrados, principalmente cães. Foram testadas concentrações de 0 a 175 µg/mL de extratos e frações de Ulva fasciata, Ulva flexuosa, Dictyota menstrualis, Sargassum vulgare e Hypnea musciformis contra promastigotas de L. infantum, onde após o período de incubação de 72h, a 26ºC, foi adicionado o reagente resazurina, indicador de atividade metabólica mitocondrial. Com exceção das frações básicas de D. menstrualis e H. musciformis, os demais extratos e frações não apresentaram atividade nas concentrações testadas. As frações básicas de D. menstrualis e H. musciformis apresentaram IC50 de 80,1 (71,6 – 89,5) e 63,2 (60,7 – 65,8) µg/mL, respectivamente, o que evidencia o potencial dos produtos naturais marinhos como fonte de compostos bioativos. O fracionamento bioguiado das frações básicas de D. menstrualis e H. musciformis originaram as frações HBH e F2’, respectivamente apresentando valores de IC50 = 30,4 (57,7 – 66,8) e 62,2 (57,7 – 66,8) µg/mL, demonstrando a importância das etapas de fracionamento, para a otimização da atividade biológica. Foram realizados ensaios de citotoxicidade em macrófagos peritoneais com as frações que apresentaram os menores valores de IC50, onde HBH apresentou a melhor relação atividade/citotoxicidade, com CC50 = 132,8 µg/mL. Na segunda parte do trabalho foi avaliado o perfil de esteróis e a toxicidade aguda (LC50) de Neobenedenia melleni, um ectoparasita de peixes marinhos, de ocorrência acentuada em sistemas de cultivo, responsável por grandes perdas para indústria da maricultura. O parasito fixa-se principalmente nos olhos do hospedeiro, causando cegueira, natação errática e dificuldade na alimentação, o que pode levar à morte se não tratado. O principal tratamento se dá através de banhos de água doce, os quais causam choque osmótico e consequente desprendimento do parasito. Devido à logística e altos custos envolvidos nesta forma de tratamento, torna-se de grande interesse o desenvolvimento de tratamentos alternativos para o controle deste parasito. Diante dos poucos estudos acerca de sua fisiologia e metabolismo, fazem-se necessários estudos prévios acerca dos potenciais alvos farmacológicos a serem explorados. Neste contexto, foram identificados os principais esteróis presentes no extrato lipídico preparado a partir dos tecidos do parasito pelo método de Bligh & Dyer (1959), e avaliados através de Cromatografia em Camada Fina e Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas. Constatou-se que o parasito apresenta os precursores esqualeno e desmosterol, além de colesterol e ésteres de colesterol, o que indica que o este possua o complexo enzimático necessário à biossíntese de colesterol e ao armazenamento deste sob a forma de ésteres. Desta forma, as enzimas envolvidas na biossíntese de colesterol representam potenciais alvos farmacológicos para o controle de N. melleni. |