Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Leandro Cabral de
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Orientador(a): |
Silva, Francisco Carlos Teixeira da
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Banca de defesa: |
Silva, Francisco Carlos Teixeira da
,
Lerrer, Débora Franco
,
Bruno, Regina Angela Landim
,
Falcão, Luís Alves
,
Meneses, Valdênio Freitas
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20118
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Resumo: |
O anticomunismo se tornou uma força política importante no século XX e atualmente persiste a sua presença em discursos e atos de grupos políticos conservadores, sobretudo de extrema direita, mobilizando discursos antidemocráticos e de apelo autoritário. Assim como num passado recente, os religiosos representam um dos grupos mais expressivos entre os anticomunistas. A presente pesquisa tem como objetivo empreender uma análise dos posicionamentos anticomunistas da Igreja Católica entre os anos 1959 e 1964, compreendendo o contexto da Guerra Fria e da Revolução Cubana como um marco decisivo para o acirramento das lutas de classes na América Latina, para o processo de reorganização e redefinição do papel sociopolítico da Igreja e para a expansão do anticomunismo na região e no Brasil. Interessa-nos observar como esses discursos são dispostos na Revista Eclesiástica Brasileira (REB), a principal revista da hierarquia eclesiástica do país, considerada a porta- voz do clero. No entanto, mobilizamos a análise de cartas pastorais, encíclicas, mensagens, crônicas, declarações, documentos oficiais e depoimentos a fim de compreender os posicionamentos tomados pela Igreja nesse período, contribuindo para a elucidação das concepções que circulavam na Igreja acerca da reforma agrária e do processo de mobilização e organização política dos trabalhadores rurais, pela chave do anticomunismo. Optamos por tratar o anticomunismo como uma “forma ideológica”, categoria que desde a leitura gramsciana de Marx, foi mobilizada para ressaltar a “força material” da ideologia e sua capacidade de interferir na realidade concreta, na medida em que incide sobre concepções e orienta práticas, organizando as massas – e não como uma “realidade invertida” ou uma “falsa representação” da realidade. Também em Gramsci assentamos nosso tratamento da Igreja como um “intelectual coletivo”, nesse caso interessa-nos compreender as concepções mobilizadas pela Igreja, mas inserindo-a no cenário das lutas de classes dos anos 1960 a partir da chave de leitura gramsciana que atenta para o tipo e função do intelectual numa sociedade que experiencia a crise política e disputas de hegemonia. Portanto, a partir da análise das lutas de classes, nossa investigação procura ressaltar o processo de organização política das classes subalternas no campo e os mecanismos mobilizados pelas classes dominantes para contê-las. |