Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Edson Soares
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Orientador(a): |
Miagusko, Edson
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Banca de defesa: |
Pinto, Nalayne Mendonça,
Rosistolato, Rodrigo Pereira da Rocha |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11476
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Resumo: |
Essa pesquisa foi realizada em uma escola municipal situada em uma cidade da Baixada Fluminense durante os anos de 2012 e 2013. Buscava-se compreender como se dava, no interior desta escola, o processo de construção do aluno-problema, iluminando as características relacionais e situacionais em que estudantes eram rotulados como “aluno que não quer nada” e como “aluno perigoso”. Destaca-se a atuação de todos os envolvidos no processo, sobretudo a atuação do orientador educacional. Minha atuação se deu tanto como pesquisador, quanto como objeto, pois durante a realização deste estudo atuei como orientador educacional. Desta forma, este trabalho foi desenvolvido como pesquisa participante, na qual pude não só vivenciar, mas participar ativamente do processo de construção e desconstrução destes estudantes enquanto alunos-problemas. Com base nessa abordagem, três casos diferentes ganharam ênfase: Juliano, Ícaro e Bruno. Cada um contribuiu para elucidar uma dimensão deste complexo processo. O caso Juliano possibilitou observar os artifícios que o levou a se desligar da instituição, evadindo-se dela com o título de “aluno que não quer nada” ao final do ano de 2013. Ícaro, por sua vez, depois de diversos empreendimentos realizados por funcionários, teve a sua transferência realizada de modo compulsório após ter seu rótulo de “aluno perigoso” legitimado para toda a comunidade escolar. Por último, Bruno, um estudante que tinha tudo para ser excluído do espaço escolar, mas contrariando a ordem dos fatos, teve seu rótulo desconstruído mediante o empreendimento realizado por duas professoras. Nesse processo, merendeiras, inspetores de alunos, professores, equipe técnico-administrativo-pedagógica, familiares etc., exerceram influência dando contribuições para que os desfechos destes três casos fossem atingidos da forma como ocorreram. Dentre os fatores para construção do aluno-problema, dá-se destaque a estrutura e o funcionamento da escola. A insegurança presente nos cargos assumidos no interior da instituição era o elemento mantenedor de um ambiente de tensões que refletia nas ações dos funcionários da instituição. Dentre os empreendimentos acionados pelos funcionários da escola como forma de defesa, estava o registro no livro de ocorrências. Nesse processo, o livro era usado tanto para notificar e justificar suas ações, quanto como instrumento acusatório, inclusive contra alunos. Desta forma, o livro de ocorrências mostrou ter o potencial de tornar legítimos os rótulos que eram aplicados aos estudantes. Esse estudo, no entanto, não é de caráter conclusivo. Ele aponta para a necessidade de se realizar outras pesquisas sobre este tema, pois a condição de marginalidade e “ineducabilidade" que alguns estudantes vivem é um fator de relevância para se pensar a universalidade da educação básica. |