Exposição gestacional aguda ao etanol em ratos wistar: alterações comportamentais e hidroeletrolíticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Carvalho, Adryano Augustto Valladão lattes
Orientador(a): Reis, Luis Carlos
Banca de defesa: Reis, Luis Carlos, Rocha, Fábio Fagundes da, Fortes, Fábio da Silva de Azedo, Fonseca, Fabrícia Viana, Oliveira, André Henrique Freiria de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10305
Resumo: O consumo gestacional agudo de etanol pode promover distúrbios contundentes na estruturação de vários sistemas de neurotransmissores, acarrentando alterações funcionais que persistem por toda vida do indivíduo. No presente trabalho avaliamos a influência pré-natal aguda do etanol na regulação hidroeletrolítica e em diferentes respostas comportamentais e ontogênicas ligadas ao sistema serotoninérgico cerebral. A regulação hidroeletrolítica é fundamental para o desenvolvimento de vários processos bioquímicos relacionados à manutenção da vida, e um dos principais mecanismos adaptativos envolvidos com a conquista do ambiente terrestre. O sistema serotoninérgico cerebral possui papel crítico na manutenção da homeostase hidroeletrolítica, particularmente no comportamento de saciedade ao sódio. Efetivamente o padrão de atividade serotoninérgica pode ser criticamente afetado por xenobióticos durante a neurogênese embrionária. A administração de etanol durante a gestação pode reduzir a síntese de serotonina e a expressão da enzima Triptofano Hidroxilase no Núcleo Dorsal da Rafe de ratos. Embora já demonstrado que a exposição gestacional ao etanol gera prejuízos sobre os circuitos serotoninérgicos, não havia até então dados reportando a influência de tal exposição sobre os mecanismos de regulação hidroeletrolítica, especialmente tratamentos agudos, que possuem aspecto translacional mais tangível. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo perquirir o espectro das possíveis alterações desencadeadas pela exposição pré-natal aguda ao etanol sobre o apetite ao sódio e outros parâmetros implicados no controle hidroeletrolítico, e também sobre outras respostas comportamentais. Para tanto, no 14º dia de gestação ratas gestantes foram tratadas com solução de etanol (20% em solução fisiológica, 3g/Kg i.p.). Aos noventa dias de vida, grupos de no mínimo 10 indivíduos provenientes de diferentes ninhadas foram aleatoriamente separados para proceder as manipulações experimentais. Nesta idade a ingestão acumulativa de sódio e água foi mensurada após quatro dias de dieta pobre em sódio seguida de administração de furosemida (10 mg/kg s.c.) e captopril (5 mg/kg s.c.). Neste mesmo paradigma experimental, também avaliamos a evolução do peso corporal, a pressão sistólica, o ritmo de filtração glomerular, a concentração urinária e plasmática de sódio, e ainda o hematócrito dos grupos testados. O grupo etanol apresentou maior ingestão acumulativa de sódio, mas não apresentou diferenças significativas nos outros parâmetros descritos. Também investigamos a ativação neuronial (por meio de imunoreatividade a proteína Fos) das principais áreas encefálicas envolvidas no controle da ingestão salina. Durante a fase de consumo houve maior número de células Fos-ir no OVLT e SFO, sem diferença no MnPO e menor imuno reatividade no SON, PVN (PaML, PaMM, PaPo) e no DRN, indicando menor reatividade destas áreas após a ingestão de salina. Também evidenciamos que os animais do grupo etanol apresentaram comportamento relacionado à ansiedade e défict na consolidação e evocação da memória. Entretanto o tratamento com etanol não acarreta déficits sensoriais, prejuízos na coordenação motora e no desenvolvimento ponderal, bem como não gera anedonia sob condições basais. Nossos dados permitem concluir que a exposição pré-natal aguda ao etanol induz distúrbios na geração do comportamento de saciedade ao sódio, comportamento relacionado à ansiedade e distúrbios nos mecanismos de memória.