Educação vem de casa (?): Um ensaio sobre relações raciais, família e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Cíntia Mariane lattes
Orientador(a): Pereira, José Valter
Banca de defesa: Pereira, José Valter, Oliveira, Luiz Fernandes de, Ribetto, Anelice Astrid
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13168
Resumo: A pesquisa Educação vem de casa (?): um ensaio sobre relações raciais, família e educação representa uma tentativa de pensar a educação das relações étnico-raciais a partir dos processos educativos cotidianos. Essa escolha se deu por vários fatores, dentre eles, a emergência de um episódio aparentemente comum, narrado em um dos encontros do Laboratório de estudos e aprontos multimídia (Leam). Uma história que eu já havia narrado outras vezes, em outros espaços, para outras pessoas, mas que naquele momento fez surgir o ponto de virada deste trabalho: a aparição de uma fotografia de família há muito tempo esquecida que arrastou com ela outras tantas histórias de silenciamento e negação do racismo que acabaram me lançando para fora do seu enquadramento original. O objetivo deste estudo é refletir sobre como vamos nos formando – para as relações raciais – em meio a práticas e discursos familiares (que também alimentam e são alimentados por outras agências educativas) que parecem transcender os contextos particulares e de um suposto senso comum. Em que medida as histórias de família oferecem elementos para pensarmos a sociedade em que vivemos? No cotidiano das famílias, o que nos ensinam e o que aprendemos sobre nós mesmos e sobre os outros? Se encaramos a educação enquanto um processo social mais amplo, qual seria a relação entre a aprendizagem de preconceitos, atitudes discriminatórias e a educação que vem de casa? Com a ajuda do “Apanhador de desperdícios”, personagem que tomei de empréstimo na poesia de Manoel de Barros (2010), fui buscar nas narrativas de vida e formação de estudantes do curso de Pedagogia do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (IM/UFRRJ) pequenos desperdícios que pudessem oferecer elementos para entender como as relações familiares impactam na forma como encaramos as relações raciais na sociedade e, consequentemente, apoiam a nossa atuação como professores(as). Este trabalho dialoga com os estudos do cotidiano (CERTEAU, 1994; FERRAÇO, 2002, ALVES, 2001) e com a ideia de biografema (COSTA, 2010; MACHADO; ALMEIDA, 2016) enquanto possibilidade de pensar desde a experiência (BENJAMIN, 1994; LARROSA, 2015) as marcas da colonialidade (QUIJANO, 2005) na vida dos sujeitos, ensaiando outras maneiras de enfrentar alguns desafios da educação para as relações étnico-raciais (GOMES, 1996; 2005).