Extração do óleo da polpa de pequi (Caryocar brasiliense) por processos convencionais combinados com tecnologia enzimática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mariano, Renata Gomes de Brito lattes
Orientador(a): Couri, Sonia lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10980
Resumo: O pequi é amplamente distribuído no cerrado brasileiro e seus frutos são usados normalmente na alimentação, cosméticos e produção de lubrificantes. O fruto é constituído de uma casca externa tênue e de um mesocarpo pouco fibroso e rico em taninos. O caroço do pequi é revestido por uma polpa contendo, em média, 50% de óleo e 13% de fibra e por uma amêndoa branca e também rica em óleo (40 a 50%). A proposta deste trabalho foi selecionar um processo tecnológico para extração do óleo de pequi, a partir da polpa, de forma a agregar valor aos recursos naturais disponíveis no cerrado, melhorando a renda das pequenas comunidades rurais e favorecendo a preservação das espécies nativas. Os frutos integrais, colhidos no estado de Mato Grosso, Brasil, foram esterilizados à 121ºC por 5 minutos para a inativação das enzimas peroxidases e redução da carga microbiana, armazenados e congelados a 18°C até seu uso. Neste estudo, um extrato enzimático com atividades de pectinase e CMCase, respectivamente 83 e 21 U/g foi usado para a hidrólise da polpa do pequi antes da extração do óleo. A enzima foi produzida em reator de escala reduzida por fermentação semi-sólida usando um mutante do Aspergillus niger 3T5B8. A extração foi conduzida por diferentes métodos: extração aquosa e prensagem hidráulica, com e sem incubação enzimática. O melhor rendimento de extração do óleo foi obtido nas seguintes condições operacionais: 1% (v/p) de enzima em relação ao peso da amostra e 1 hora do tempo da incubação a 45ºC, no estágio do pré-tratamento e a 10000 psi durante 1 hora no estágio de pressão mecânica. O teor de óleo na polpa do pequi (36%) e a caracterização físico-química do óleo foram determinados de acordo com métodos analíticos oficiais. Os índices da acidez, peróxido, iodo e de saponificação foram respectivamente 1,46 mgKOH/g, 2,98 meq/kg, 49,13 e 189.40. A acidez e os valores do peróxido foram mais baixos que os valores obtidos em amostras comerciais do óleo respectivamente 2,48 mgKOH/g e 5,22 meq/kg. Os índices de iodo, saponificação e ponto de fusão da mesma amostra não apresentaram diferenças significativas se comparadas com a amostra comercial. Os principais ácidos graxos do óleo da polpa foram oléico (C18:1) e palmítico (C16:0). Pode-se concluir que o processo combinado do tratamento enzimático seguido da prensagem mecânica promoveu, simultaneamente, a hidrólise celular da parede e a redução da viscosidade da polpa, contribuindo para o aumento do rendimento do óleo em pelo menos 20%.