Festivais RTP e festivais da MPB: entre a tradição e a modernidade (1964-1975)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Monteiro, José Fernando Saroba lattes
Orientador(a): Barros, José Costa D’Assunção lattes
Banca de defesa: Barros, José Costa D’Assunção, Nascimento, Álvaro Pereira do, Campos, Pedro Henrique Pedreira, Alves, Amanda Palomo, Silva, Leonardo Santana da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10080
Resumo: Nesta pesquisa, que tem por tema os festivais da canção do Brasil e de Portugal, dentro de um recorte cronológico delimitado entre 1964 e 1975, pretende-se evidenciar tudo aquilo que, na música criada e produzida no contexto dos Festivais RTP e dos Festivais da MPB, associa-se à “tradição” nacional e/ou corresponde à “modernidade”. A intenção, no entanto, não é demonstrar apenas os momentos em que a “tradição” e a “modernidade” se apresentam separadamente, mas também, e especialmente, aqueles nos quais estes elementos se entrecruzam. Mais especificamente, procura-se demonstrar que as grandes composições apresentadas nos festivais, ou seja, as canções mais simbólicas e representativas deste período passam pelo crivo da “tradição” e da “modernidade”, ou, ao menos, passam por este dualismo, entrelaçando esses componentes, o que produz novas formas, hibridizadas, sincretizadas, de modo inovador e renovador para o cancioneiro destes países. Por meio de um estudo de caso, que tem por intuito identificar possíveis hiatos existentes em um determinado objeto a ser pesquisado, e de uma análise comparada, valendo-se de um método relacional, que permite observar duas realidades distintas e, mais propriamente, suas semelhanças e diferenças, esta pesquisa se dispõe a comprovar que a musicalidade surgida nos festivais da canção origina uma “fórmula” que se caracteriza ao mesmo tempo como moderna e tradicional. No Brasil, o resultado destes cruzamentos logo foi chamado de Moderna Música Popular Brasileira, ganhando a sigla MMPB, depois MPB, vertente que se consolidou e ainda hoje é sinônimo de “brasilidade” e representa o que se reconhece como melhor na música brasileira. Em Portugal, as inovadoras canções apresentadas trouxeram a “nova música portuguesa” para o palco dos festivais, alcançando maior projeção, conquistando os portugueses e disputando o público europeu através do Festival Eurovisão, e, mesmo não tendo configurado um gênero ou uma vertente musical específica, manteve todos os requisitos para tanto e para a legítima representação de uma “portugalidade”, de uma “identidade nacional portuguesa”. O objetivo desta pesquisa, portanto, é demonstrar que o cruzamento entre a “tradição” e a “modernidade” foi o molde utilizado pelas canções mais emblemáticas dos festivais, constituindo uma “fórmula” para a produção musical que se tornou ponto de convergência na música popular destes países. As canções que levaram consigo a “modernidade”, almejada por um público ansioso por novidades, mas também as marcas da “tradição”, via de regra, estiveram entre as preferências do público-espectador, apresentaram índices de maior vendagem, foram aclamadas pela crítica, apontadas como inovadoras e renovadoras, ou mesmo se perpetuaram, sendo mimetizadas e servindo como legado para as gerações seguintes.