Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Barros Junior, Orlando Aleixo de
|
Orientador(a): |
Kato, Karina Yoshie Martins
|
Banca de defesa: |
Kato, Karina Yoshie Martins
,
Leite, Sergio Pereira
,
Furtado, Fabrina Pontes
,
Wesz Junior, Valdemar João
|
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
|
Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18105
|
Resumo: |
A crise financeira de 2008 é um marco e uma consequência da progressiva financeirização dos setores econômicos e sociais a nível global que se estende e se reorganiza desde a década de 1970, com o recrudescimento do neoliberalismo dirigido pelas finanças. Não obstante, é partir dos anos 2000 que se observa uma investida ainda maior da atuação do capital financeiro, mormente o capital financeiro estrangeiro proveniente de instituições financeiras privadas não-bancárias no fomento à expansão do agronegócio brasileiro. Seja a partir do financiamento e oferta de crédito para o capital agroindustrial, seja pela compra, arrendamento e controle de terras no país. A presente dissertação problematiza as novas disputas que estão sendo impostas para o campo brasileiro no qual é possível considerar uma investida substancial dos investidores institucionais estrangeiros aliados ao grande capital agroindustrial. Isto posto, o objeto de nossa análise foi um conjunto de ações e estratégias financeiras para aquisição e controle de terras agrícolas no Brasil por parte do fundo de investimento canadense Brookfield Asset Management, considerado um dos líderes globais em investimentos alternativos, e cujos investimentos tem no país o seu principal destino desde 1899. As principais justificativas para o desenvolvimento dessa pesquisa foi, em primeira instância, destacar a centralidade que a terra vem ganhando nas operações financeiras internacionais. Em um segundo momento, o fato de termos escolhido o fundo, parte da conjectura de que se trata de um ator estrangeiro relevante e simbólico à luz dos estudos do processo recente de global land grabbing e de financeirização da terra no Brasil, não apenas por sua atuação, mas porque compreendemos que com as transformações recentes pelas quais passou o campo e a agropecuária brasileira num contexto de crescente financeirização e globalização de mercados, é difícil encontrar fundos que tenham tanto tempo de experiência de negócios no país. A estratégia metodológica baseou-se em um estudo de caso a partir de uma abordagem qualitativa de coleta e análise de dados, relatórios e documentos da empresa, também foram consultados os principais jornais e plataformas digitais que versam sobre a temática da financeirização do agronegócio. Verificamos que as terras agrícolas são fontes vitais para a atividade econômica e financeira do Brookfield, e apresentam “janelas de oportunidades” para a despadronização da sua carteira de ativos e retornos expressivos a partir da produção e da dinâmica especulativa. Ainda observamos que, a investida do fundo em terras agrícolas está atrelada a um processo de caráter macroeconômico global, quais sejam o boom das commodities, crescimento dos preços dos alimentos no mercado global, a emergência de novas matrizes energéticas e as oportunidades que encontram na relação com o Estado brasileiro. |