A resiliência de sistemas socioecológicos baseada nos meios de vida dos pescadores da Ponta da Juatinga e no processo de recategorização da Reserva Ecológica da Juatinga, Paraty, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Madalosso, Simone lattes
Orientador(a): Vinha, Valeria Gonçalves da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15637
Resumo: Crescentes mudanças globais vêm afetando diretamente os sistemas socioecológicos ao longo dos anos. Hoje, já existe uma preocupação relacionada à possibilidade desses sistemas entrarem em colapso. Porém o que se pode afirmar é que, mesmo tendo sido os sereshumanos os grandes responsáveis pelas mudanças e geração de crises, se, por um lado, eles ainda as alimentam, por outro, tentam se adaptar a elas, de forma a gerar uma possível continuidade dos sistemas socioecológicos, sejam eles na esfera local ou global. Dessa forma, a resiliência se apresenta como a capacidade de enfrentar choques e crises, mantendo a mesma essência, configurações e feedbacks. Assim, quando as variáveis sociais e ecológicas devem ser exemplificadas juntamente com o conceito de resiliência, nada melhor do que falar sobre aqueles que interagem de perto com os recursos naturais e habitam as áreas mais vulneráveis. As comunidades tradicionais pesqueiras trazem, ainda hoje, a possível perpetuação da relação homem-natureza em uma das áreas mais afetadas do mundo: os ecossistemas costeiros. Com a finalidade de trazer para a prática a abordagem de resiliência de sistemas socioecológicos, este trabalho apresenta a comunidade da Ponta da Juatinga, situada dentro da Reserva Ecológica da Juatinga, no município de Paraty, estado do Rio de Janeiro. Uma comunidade de pescadores, que também se autodenominam como caiçaras, que tem na atividade pesqueira seu principal meio de subsistência e de geração de renda, aliada à pratica da agricultura itinerante, em contínua diminuição, e do turismo e artesanato, em crescente ascendência. Essa comunidade, além de ter criado inúmeras adaptações para manter o seu sistema socioecológico, e de se encontrar à margem da sociedade, passa hoje por um processo que pode vir a diminuir sua resiliência e até reconfigurar o seu sistema. Trata-se da recategorização da Reserva Ecológica da Juatinga, a qual deve mudar de categoria desde o ano 2000 quando foi criado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Uma proposta já foi apresentada pelo órgão gestor, onde parte da reserva que abrange as comunidades tradicionais e suas áreas de roça se tornará RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) e a outra parte, a maior, será transformada em Parque. Contudo, através de um mapeamento realizado neste estudo, pode-se perceber que importantes áreas de uso, que possibilitam a execução da atividade pesqueira através do extrativismo de madeira para confecção de estivas e de canoas, encontram-se dentro dos limites do que pode vir a ser o futuro parque. Além disso, pesqueiros apontados pelos pescadores como áreas que precisam de algum tipo de proteção, não foram incorporados à RDS ou a outro tipo de UC. Adotando técnicas e métodos participativos, este estudo levantou informações e dados que caracterizaram a comunidade e seus meios de vida, e permitiram identificar possíveis sugestões no que diz respeito à atividade pesqueira local, ao resgate da agricultura itinerante, incentivo à novas atividades e a execução de uma gestão mais completa e adaptativa, que vise a perpetuação da resiliência de sistemas socioecológicos ao longo dos anos