Resiliência socioecológica e sustentabilidade do turismo na Ilha dos Marinheiros, Rio Grande (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cunha, Neide da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: FURG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8585
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar a trajetória de mudanças da Ilha dos Marinheiros, localizada no município de Rio Grande-RS, sob o enfoque da resiliência socioecológica. A cultura portuguesa dos antigos povoadores e as condicionantes geoambientais deram origem ao desenvolvimento dos sistemas agrícola e pesqueiro, configurando uma paisagem cultural apreciada por sua ambiência e beleza cênica. No entanto, esse sistema socioecológico vem enfrentando mudanças induzidas por tensores de ordem externa e interna, que estão provocando o declínio das atividades tradicionais praticadas na ilha, a pesca e a agricultura, causando o empobrecimento dos moradores e uma tendência à erosão social, com consequências à sustentabilidade socioecológica. Nesse contexto de crise, o turismo emerge como uma alternativa de desenvolvimento local e geração de renda para os moradores. Entretanto, o caráter espontâneo da atividade turística pode comprometer em curto prazo a continuidade dos serviços ecossistêmicos, resultantes de um longo processo interativo entre cultura e natureza. A conservação desses serviços é essencial para a manutenção das atividades tradicionais e das características estéticas e culturais dessa Ilha, essenciais para viabilizar o desenvolvimento do turismo sustentável. Nesse sentido, o turismo sustentável se apresenta como uma possibilidade de fortalecimento mútuo da resiliência e sustentabilidade socioecológica, mas que necessita de gestão participativa, para que os moradores se apropriem dos benefícios gerados no âmbito dessa atividade e se envolvam ativamente em ações que visem equalizar o uso e a conservação dos serviços ecossistêmicos, para manter a qualidade ambiental e os atrativos turísticos. Os procedimentos metodológicos neste trabalho foram: (i) o modelo heurístico ciclo dinâmico adaptativo, para analisar as fases de desenvolvimento da Ilha e as implicações para o desenvolvimento do turismo; (ii) entrevistas com estímulo visual para explorar a percepção dos stakeholders sobre os serviços ecossistêmicos, e (iii) fototeste com turistas potenciais para conhecer as preferências das paisagens da Ilha. Os resultados apontam a existência de oportunidades para conduzir às mudanças e evitar efeitos indesejados, no entanto essas oportunidades surgem permeadas por desafios intrínsecos a serem enfrentados de forma adaptativa e criativa.