Efeito do enriquecimento ambiental perinatal de fêmeas em comportamentos relacionados a ansiedade na sua prole

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jobim, Camila Mendonça Netto lattes
Orientador(a): Rocha, Fabio Fagundes da
Banca de defesa: Rocha, Fabio Fagundes da, Fortes, Fábio da Silva de Azevedo, Côrtes, Wellington da Silva, Fonseca, Fabricia Viana, Mecawi, André de Souza
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10306
Resumo: Os transtornos de ansiedade estão entre as doenças psiquiátricas mais comuns na sociedade. Eles se dão pela incapacidade do indivíduo em lidar com um evento estressor (físico ou emocional), podendo acometer desde a infância até a idade adulta. O desencadeamento da ansiedade no período perinatal pode acarretar em mudanças comportamentais ao longo da vida. Neste sentido, o enriquecimento ambiental é utilizado tanto como atenuante dos efeitos estressores quanto como preventivo. Sendo assim, buscou-se avaliar comportamentos relacionados à ansiedade de filhotes de fêmeas expostas ao enriquecimento ambiental durante período perinatal. Para isso foram criados grupos de machos e fêmeas ao longo de três gerações-F0, F1 e F2. Em F0 foram montados 2 grupos, o padrão (P) e o enriquecido (E). Em F1 fêmeas que estavam em ambiente enriquecido durante o período perinatal foram passadas para o ambiente padrão formando o grupo enriquecimento-padrão (E-P). F2 então passou a ter grupos dos três grupos, P, E-P e E. Estes grupos foram submetidos a observações do comportamento materno, modelos de ansiedade, dosagem de corticosterona plasmática e a avaliação da expressão dos genes para os receptores AVP1a, AVP1b, CRH1, CRH2 e OT. Como resultados verificamos que o comportamento materno em F0 foi maior no grupo enriquecido (E) (46,8±8,9% P; 77,8±5,4% E; p=0,0138), porém não em F1 (68,4±4,1% P; 71,1±6% E-P; 78,1±3,1% E; F=0,8120 p=0,4689). Foi constatado o efeito ansiolítico nos modelos comportamentais utilizados. No labirinto em cruz elevado-LCE, este efeito pode ser notado apenas no grupo E das três gerações avaliadas. No campo aberto CA, apenas o grupo E de F2 apresentou comportamentos relacionados a ansiedade significativamente diferentes dos demais grupos. O teste da caixa claro-escuro-CCE mostrou diferença entre os grupos E-P e E em relação ao grupo P na latência para explorar o ambiente claro em F1 e F2. E o teste da supressão da alimentação pela novidade-NSF indicou que os grupos são diferentes entre si na latência para se alimentar, o maior tempo foi de P, seguido de E-P e depois de E (147,7±15,7s; 101,4±8,8s; 62,8±9,4s; F=13,0700 p=0,0001 - Machos) (143,7±11,4s; 93,7±20,4s; 38,3±5,3s; F=16,1900 p<0,0001 - Fêmeas). Pode ser constado o efeito transgeracional em CCE e NSF, onde a exposição da mãe ao enriquecimento influenciou o comportamento dos filhotes que não foram diretamente expostos ao ambiente enriquecido. Todos os resultados dos modelos comportamentais valem para machos e fêmeas e não há diferenças em relação ao gênero. Os parâmetros neuroendócrinos analisados não mostraram diferença significativa entre os grupos. Sugere-se então que o efeito transgeracional se deu apenas pela exposição das mães ao ambiente enriquecido no período perinatal e manifestou-se comportamentalmente.