Enriquecimento ambiental perinatal, seu impacto sobre o comportamento análogo à ansiedade e implicações transgeracionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Almeida, Cláudio da Silva lattes
Orientador(a): Rocha, Fabio Fagundes da
Banca de defesa: Rocha, Fabio Fagundes da, Carvalho, Anderson Ribeiro, Reis, Luiz CArlos, Pandolfo, Pablo, Malvar, David do Carmo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10304
Resumo: Transtornos de ansiedade são condições psiquiátricas de alta prevalência na população e que promovem grande sofrimento aos pacientes acometidos. Estas doenças não tem etiologia completamente compreendida, mas é sabido que fatores ambientais e genéticos estão envolvidos. Por conta disso, realizamos estudos para avaliar se um ambiente mais complexo poderia impactar sobre o comportamento análogo a ansiedade de camundongos, e se estes efeitos comportamentais poderiam ser transferidos a próxima geração. Para realizar este estudo, fêmeas de camundongo no momento da cópula foram colocadas em ambiente padrão ou enriquecido, e permaneceram com suas proles nos respectivos ambientes até o desmame. Sendo assim, os animais da geração F1 tiveram duas condições experimentais: vida perinatal em ambiente padrão (AP) ou enriquecimento ambiental perinatal (AE). Após o desmame, todos os animais da geração F1 permaneceram em ambiente padrão. Quando os animais atingiram a maturidade tiveram o comportamento análogo à ansiedade avaliado. Para produzir a geração F2, fêmeas criadas apenas em ambiente padrão foram acasaladas com outros machos da geração F1, sendo machos AP dando origem ao grupo AP + AP ou machos AE dando origem ao grupo AE +AP, sendo que todos os animais da geração F2 foram mantidos em ambiente padrão. Quando os animais da geração F2 atingiram a maturidade, também tiveram seu comportamento análogo à ansiedade avaliado. A análise estatística de todo o estudo foi feita através de teste t de Student. Os resultados obtidos na geração F1 foram os seguintes: os machos AE apresentaram aumento da distância percorrida em metros (15,5 ± 1,1) vs. (11,7 ± 1,0) e de comportamentos de exploração vertical (46,6 ± 3,8) vs. (33,3 ± 3,4) no teste do campo aberto. Aumento nas porcentagens de tempo despendido (31,2 ± 3,7) vs. (13,2 ± 5,2) e de entradas nos braços abertos (41,8 ± 4,5) vs. (23,6 ± 6,6), redução de comportamentos de avaliação de risco (15,3 ± 2,1) vs. (27,5 ± 2,9) e aumento nas entradas nos braços fechados (14,5 ± 1,5) vs. (8,6 ± 1,1) no teste do labirinto em cruz elevado. No teste da caixa claro-escuro apresentaram aumento de transições (20,2 ± 3,7) vs. (10,9 ± 2,1), quadrantes percorridos no lado claro (55,4 ± 9,5) vs. (28,3 ± 5,0) e de comportamentos de exploração vertical (5,8 ± 1,5) vs. (2,1 ± 0,8). Já na geração F2, os machos AE + AP não apresentaram aumento da distância percorrida em metros no teste do campo aberto (11,0 ± 0,7) vs. (13,6 ± 1,0). Aumento da porcentagem de tempo dispendido nos braços abertos (25,7 ± 4,3) vs. (9,3 ± 3,1) e redução nos comportamentos de avaliação de risco (10,7 ± 1,3) vs. (21,3 ± 2,3) no teste do labirinto em cruz elevado. Portanto, conclui-se que o enriquecimento ambiental perinatal promove efeitos ansiolíticos e de maior atividade exploratória em camundongos machos, e este efeito ansiolítico é parcialmente transferido apenas para descendentes machos dos reprodutores do grupo AE.