Avaliação comparativa do efeito de fármacos anti-inflamatórios com a acupuntura no modelo de dor pós-incisional em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Teixeira, Felipe Marques lattes
Orientador(a): Vanderlinde, Frederico Argollo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14270
Resumo: A dor pós-incisional é uma forma de dor aguda, que ocorre em repouso e é exacerbada pela tosse, deambulação e estímulo mecânico. A analgesia eficiente fornece conforto ao paciente, reduzindo a morbidade e a mortalidade pós cirúrgica, justificando a investigação constante de novos tratamentos. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), estão entre os fármacos de eleição para o controle da dor pós-incisional, mas freqüentemente são acompanhados de efeitos colaterais. Atualmente, é crescente a busca por terapias alternativas que reduzam estes efeitos, possuam baixo custo e obtenham resultados satisfatórios no controle da dor. Dentre as terapias alternativas podemos citar a acupuntura, cujos objetivos terapêuticos incluem a promoção de analgesia, a recuperação motora e a regulação das funções orgânicas. A eletroacupuntura (EA) é um método de estimulação da acupuntura que consiste na utilização de aparelhos eletrônicos para promover o aumento na intensidade dos estímulos. Este estudo objetivou avaliar, através dos métodos de von Frey e de Hargreaves, os potenciais analgésicos de AINES, no controle da dor pós-incisional, e posteriormente compará-los com o tratamento por EA. Em ambos os métodos foram testados o meloxicam (MX), flunixim-meglumine (FM), carprofeno (CP), cetoprofeno (CT) e o firocoxibe (FC), administrados por via oral, nas doses de 1mg/kg, 2,5mg/kg, 2mg/kg, 5mg/kg e 3mg/kg, respectivamente. Na avaliação da alodinia mecânica pelo método von Frey os grupos incisados tratados com MX (GIMX), CP (GICP), CT (GICT) e EA (GIEA36E), apresentaram significativa reversão da hiperalgesia (RH), três horas após o tratamento, em relação ao grupo incisado tratado com veículo (GIV), enquanto os grupos tratados com FM (GIFM) e FC (GIFC) obtiveram significância após seis horas. A RH máxima foi observada seis horas após o tratamento no GICP e GIEA36E com 33,5% e 36,9%, respectivamente. O GIMX apresentou efeito anti-hiperalgésico máximo às nove horas com 51,8% de RH, enquanto no GIFM, GICT e GIFC ocorreu às doze horas após o tratamentos com 37,1%, 45% e 30,4%, respectivamente. Houve RH significativa até 12 horas após todos os tratamentos, exceto para o MX e o CT, que se mantiveram por 24 horas. No 10º dia de avaliação o GIMX, o GIFM e o GICP apresentaram latências semelhantes às do grupo não-incisado (GNIV), diferentemente do GICT, GIFC e GIEA36E, que não retornaram a valores basais até o 14º dia do experimento. Nos testes de hiperalgesia térmica pelo método Hargreaves, o MX, o FM, o CP e a EA promoveram RH significativa após seis horas, enquanto o FC e o CT foram significativos após uma e três horas, respectivamente. Os potenciais máximos foram observados, às nove horas, no GICT, GIFC e GIEA36E, com 107,1%, 114,7% e 106,9% de RH, respectivamente. O MX e o FM obtiveram RH máximo após seis horas, com 104,5% e 85,4%, respectivamente, diferentemente do CP, que promoveu RH máximo às 12 horas, com 63,6%. Todos os tratamentos promoveram RH significativo até o 24º dia de avaliação em relação ao GIV. O GIMX apresentou latência média semelhante ao GIV às três horas após a administração do fármaco, permanecendo dessa forma até o final do experimento. O GIFM e GICP recuperaram valores basais no sétimo dia de avaliação, enquanto GICT e GIEA no 10º dia e o GIFC no 14º dia. Ambas as formas de avaliação nociceptiva evidenciaram efeito anti-hiperalgésico após os diferentes tratamentos, variando apenas quanto ao intervalo de duração e a potência do efeito analgésico. A EA mostrou-se uma alternativa viável ao uso dos fármacos convencionais no controle da dor pós-incisional.