Análise da dieta de Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758 (Pilosa: Myrmecophagidae) do Rio de Janeiro e Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Márcio Morais lattes
Orientador(a): Moreira, Felipe Ferraz Figueiredo lattes
Banca de defesa: Moreira, Felipe Ferraz Figueiredo lattes, Bueno, Cecília lattes, Silva, Fernanda Avelino Capistrano da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10765
Resumo: O tamanduá-mirim, Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758 (Pilosa: Myrmecophagidae), é um pequeno mamífero predador de formigas e cupins. Utilizando o olfato aguçado para localizar e as garras para romper a estrutura externa das colônias, este animal é capaz de capturar suas presas com a língua. Apesar do conhecimento sobre sua dieta, existem poucos estudos descrevendo quais espécies são de fato consumidas por esses mamíferos. O objetivo deste estudo foi investigar a diversidade e abundância de espécies de insetos na dieta do tamanduámirim e verificar se há algum padrão na diversidade de presas na área de estudo, comparandose a riqueza e a abundância de artrópodes coletados. Para tanto, foram analisadas oito amostras de conteúdo estomacal de T. tetradactyla vítimas de atropelamento na estrada BR-040 coletadas de 2009 a 2014, entre as cidades de Duque de Caxias (RJ) e Simão Pereira (MG). O conteúdo estomacal foi removido e preservado em etanol a 70% até ser analisado em estereomicroscópio e identificado no menor nível taxonômico possível. Foram obtidos 22.832 espécimes, distribuídos em 54 táxons de insetos de três ordens: Blattodea (Isoptera), Coleoptera e Hymenoptera. O táxon mais abundante foi Isoptera, representada principalmente pelo gênero Nasutitermes Dudley, 1890, com 12.352 indivíduos. Para comparar a similaridade na composição de espécies entre as oito amostras, foi utilizado o teste de Jaccard, que mostrou baixa similaridade entre elas. Isso sugere que os tamanduás-mirins se alimentam sem nenhum padrão aparente, provavelmente de acordo com suas preferências individuais. No entanto, três espécies eram comuns entre as amostras: Camponotus atriceps (Smith, 1858), C. rufipes (Fabricius, 1775) e Cephalotes pusillus (Klug, 1824). Tais espécies são muito comuns em áreas de Mata Atlântica perturbadas por humanos, como cidades e estradas. A precipitação total no mês de coleta demostrou resultados positivos quando correlacionada com a riqueza de espécies de insetos, sugerindo que este fator possui influência na riqueza de fontes alimentares disponíveis para os mamíferos. O estudo da dieta de mamíferos, como os tamanduás-mirins, necessita de estudos a longo prazo com uma grande amostragem de diferentes fontes, como a análise de fezes e o monitoramento destes animais em regiões com maior densidade de indivíduos. Os dados apresentados neste estudo servirão de base para futuros estudos relacionados com dieta destes mamíferos em outras áreas de estudo