Gênero e Ruralidades na Comunidade do Alegrete em Ceres (GO)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rosa, Glacie Regina lattes
Orientador(a): Carneiro, Maria Jose Teixeira lattes
Banca de defesa: Carneiro, Maria Jose Teixeira lattes, Castro, Elisa Guaraná de lattes, Medeiros, Leonilde Servolo de lattes, Souza, Jose Carlos Moreira de lattes, Lima, Graziele Cristina Dainese de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19714
Resumo: Esta investigação se vincula à linha de pesquisa intitulada “Estudos de Cultura e Mundo Rural” do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e teve como objetivo geral apreender o conjunto de contribuições teóricas no campo dos estudos sociológicos, que permitiram realizar uma caracterização do rural, não como exclusivamente agrícola, e sim em uma perspectiva cada vez mais associada a uma forma de vida e comportamentos referenciados pelo conceito de ruralidade e sua relação com a categoria ‘gênero’ como questão secundária. O estudo revela um rural cada vez mais complexo e diversificado, notadamente revelado nas práticas das empresas agrícolas que utilizam as oportunidades de comercialização que o mercado em suas dimensões interna e externa oferece. As análises contidas nesta investigação foram construídas na perspectiva de compreender como esse mercado, por sua vez, se reconfigura constantemente para trabalhadores rurais e agricultores. Segundo Parry Scott, são as novas legislações e as políticas públicas que influenciam, de forma harmônica ou não, as práticas de agricultores que negociam em casa o modo de organizar as atividades de homens e mulheres de gerações diferentes. Nesse rural em mutação, reconhecem-se novas e poderosas dinâmicas: é cada vez mais comum a intensificação da pluriatividade. A economia do campo passa também a ser espaço de atividades até então percebidas como urbanas, tais como lazer, moradia e prestação de serviços. Diante disso, evidenciou-se, de forma muito particular, a compreensão acerca dos papéis sociais normalmente atribuídos às mulheres nos contextos e nas redes de relações que marcam a vida rural no Município de Ceres/GO, na microrregião do Alegrete. Por meio de entrevistas com as mulheres ficou nítido o patriarcalismo presente de forma preponderante. Muito embora a mulher realize uma infinidade de tarefas, ela mesma não se vê na condição de protagonista e considera que isso é algo normal. O presente estudo possibilitou também a compreensão de como as atividades produtivas das famílias dos pequenos agricultores rurais são influenciadas pelas questões de gênero, bem como as implicações disso sobre a inserção das mulheres no meio rural e nas práticas produtivas. A tese assume a perspectiva teórica desenvolvida pelos seguintes autores: Anita Brumer, Dener Castilho, Geisa d'Ávila Ribeiro Boaventura, José de Souza Martins, Marcel Mauss, Maria Ignez Paulilo, Parry Scott, Tadeu Arrais e Viviana Zelizer. Para uma maior compreensão e apropriação dos estudos nacionais e internacionais, foram utilizadas as bases de dados disponibilizados nas plataformas do Google Acadêmico e do Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A busca de referenciais foi realizada com ênfase nas seguintes palavras- chave: ruralidades, gênero, mulheres rurais. Com esta tese, buscou-se demostrar o processo de ‘desruralização’ evidenciado no Munícipio de Ceres/GO, além de apreender e revelar as estratégias produtivas mobilizadas pelas famílias selecionadas para o estudo, e que podem ser consideradas sucessoras da ruralidade ceresina. A expectativa é que este trabalho possa contribuir com os demais estudos que recortaram o papel da mulher na atividade rural familiar. As famílias rurais investigadas revelam não ter a intenção de deixar o espaço rural e as mulheres se enquadram como protagonistas desse processo, pois se fortaleceram com o acesso/apropriação de algumas conquistas potencializadas pelas políticas públicas implementadas pelo Estado brasileiro ao longo das últimas décadas.