Arquitetura de Fácies Vulcânicas do Campo de Badejo, Bacia de Campos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Braga, Dandara David lattes
Orientador(a): Valente, Sergio de Castro lattes
Banca de defesa: Vieira, Artur Corval lattes, Valente, Sergio de Castro lattes, Pereira, Natália Famelli lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Modelagem e Evolução Geológica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
-
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19674
Resumo: A Bacia de Campos está localizada no SE do Brasil e está entre as maiores bacias sedimentares produtoras de hidrocarbonetos do país. A produção de hidrocarbonetos a partir de rochas magmáticas ainda é rara no Brasil mas foi bem sucedida no campo de Badejo, na Bacia de Campos. O campo de Badejo está situado na porção central da Bacia de Campos, a 75 km a sudeste do Cabo de São Tomé e sob lâmina d ́água de 85 metros. As rochas vulcânicas da Formação Cabiúnas são basaltos toleíticos relacionados com os volumosos derrames que extravasaram antes e durante a fragmentação do Gondwana no Cretáceo Inferior. Apesar de sua ampla distribuição na Bacia de Campos, estudos de vulcanologia física e arquitetura de fácies vulcânicas nos basaltos Cabiúnas ainda são escassos. A área de estudo desta dissertação tem aproximadamente 12 km2 e inclui a Formação Cabiúnas com espessura máxima perfurada de 650 metros. O objetivo principal da dissertação foi compreender e identificar sequências vulcano-sedimentares em detalhe na área de estudo selecionada na Bacia de Campos, e representar a sua distribuição em um modelo de arquitetura de fácies conceitual usando, para isso, conceitos da vulcanologia física. Os métodos de estudo incluíram procedimentos usualmente adotados em estudos petrológicos e de correlações estratigráficas, tais como descrição macroscópica de testemunhos, estudo petrográfico sob microscópio óptico de luz transmitida, análise litogeoquímica e correlação entre os poços utilizando perfis elétricos. Os testemunhos recuperados dos poços BD-02, BD-04 e BD-08, furados no campo de Badejo, foram o material estudado para reconstruir as geometrias 3D dos derrames vulcânicos na área. Dois fluxos Compostos-entrelaçados (Sequência 1 e Sequência 3) e um fluxo Tabular- clássico (Sequência 2) foram identificados a partir deste estudo. Morfologias ou associações de litofácies incluem lavas do tipo clássico, hummocky, tabular e rubbly pahoehoe. Foram reconhecidas litofácies coerentes, brechados e peperitos e intertrapas. Taxas de efusão, estimadas a partir da espessura dos lóbulos, indicaram que inflação por pulsos foi o processo predominante na ix PÚBLICA Sequência 3. A duração mínima de colocação dos fluxos foi estimada em 3 meses e 7 meses para os poços BD-02 e BD-04, respectivamente. Estimativas de valores D para as lavas hummocky são maiores que para as lavas pahohoe clássicas, indicando porosidades e permeabilidades potencialmente boas para plays exploratórios. Os dados litogeoquímicos mostraram boa correlação na parte superior da Sequência 3, indicativo de emissão a partir do mesmo conduto. A Sequência 2, do tipo composto entrelaçado, pode ter alcançado até 89,5 m, sendo bem mais espessa que os 40 m estimados para as lavas tabulares clássicas na Sequência 3. O paleoambiente vulcânico era predominantemente subaéreo e úmido em todas as sequências. Os resultados do estudo destes três poços poderão servir à caracterização de reservatórios vulcânicos potenciais em outras partes da Bacia de Campos e em bacias sedimentares do SE do Brasil associadas à fragmentação do Gondwana.