Cuidado parental na população de Sotalia guianensis (CETACEA, DELPHINIDAE) da Baía da Ilha Grande, RJ, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Oliveira, Rodrigo Hipólito Tardin lattes
Orientador(a): Simão, Sheila Marino lattes
Banca de defesa: Lodi, Liliane Ferreira, Esbérard, Carlos Eduardo Lustosa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10841
Resumo: Cuidado parental é qualquer forma de comportamento parental que parece aumentar a aptidão de sua prole (CLUTTON-BROCK, 1991). Tais trabalhos em cetáceos são raros e até o presente momento, este é o primeiro que analisa o grau de cuidado parental do boto-cinza (Sotalia guianensis) na Baía da Ilha Grande, RJ. As análises foram realizadas a partir de duas medidas: cuidado longitudinal e cuidado transversal. Havia cuidado parental quando a mãe se colocava longitudinalmente à frente da prole (posição longitudinal 1) e quando a mãe se colocava entre a embarcação e a prole (posição transversal 1). Não havia cuidado quando a prole se localizava longitudinalmente à frente da mãe (posição longitudinal 2) e quando a prole se localizava entre a embarcação e a mãe (posição transversal 2). Para cada uma das medidas foi investigada a influência de 4 variáveis: classe etária (filhotes e juvenis), comportamento (deslocamento e pesca), tamanho do grupo e sazonalidade. 28 saídas de barco foram realizadas igualmente por todas as estações de ano, totalizando 42,1 horas de observação. Foram observados 1.343 grupos, nos quais 1.268 (94,4%) continham filhotes. O teste da mediana de Mood demonstrou diferença estatisticamente significativa entre o tempo que a prole recebia cuidado longitudinal (χ² = 77,98; g.l. = 1; p = 0,0001) e transversal (χ² = 158,42; g.l. = 1; p = 0,0001). A mediana do tempo em que as mães se localizavam na posição 1 foi de 40 segundos (longitudinalmente) e 42 segundos (transversalmente), enquanto a mediana do tempo em que a prole se localizou à frente das mães longitudinalmente foi de 30 segundos e transversalmente de 26 segundos. Quando comparado com o tamanho do grupo, a mediana dos tamanhos de grupos encontrada para a posição longitudinal 1 foi de 18 animais, enquanto que para a posição 2 foi de 15 animais. O teste da mediana de Mood demonstrou diferenças estatisticamente significativas (χ² = 15,86; g.l. = 3; p = 0,001). O mesmo teste demonstrou diferenças para o cuidado parental transversal (χ² = 57,44; g.l. = 3; p = 0,0001). A mediana para a posição 1 foi de 18 indivíduos e para a 2 de 12. A intensidade do cuidado parental foi significativa em relação ao comportamento (Longitudinal: N = 2.655; H3 = 188,1; P = 0,0001; Transversal: N = 2.633; H3 = 245,1; P = 0,0001), com a classe etária (Longitudinal: N = 2.656; H3 = 92,1; P = 0,0001; Transversal: N = 2.656; H3 = 156,9; P = 0,0001). Os resultados indicam que o cuidado parental tanto longitudinal quanto transversal é intensamente realizado. Os dados demonstraram que em grupos maiores o cuidado é mais intenso, possivelmente como uma forma de maximizar os ganhos hidrodinâmicos ao filhote e minimizar os riscos. O cuidado parental foi mais intenso durante o deslocamento, já que a dinâmica da alimentação é mais aleatória. Os filhotes receberam mais cuidado parental do que juvenis, indicando um possível conflito entre pais e a prole.