Características do comportamento alimentar coordenado do boto-cinza Sotalia guianensis (Van Béneden, 1864) (Cetacea: Delphinidae) nas Baía de Sepetiba e Baía de Ilha Grande - RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Elaine Cardoso da Silva lattes
Orientador(a): Simão, Sheila Marino lattes
Banca de defesa: Lodi, Liliane Ferreira, Ferreira, Ildemar
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10808
Resumo: O presente estudo teve como principal objetivo caracterizar o comportamento alimentar coordenado de botos-cinzas Sotalia guianensis em duas baías da região Sudeste do Brasil. Em ambas as baías, foi investigada a duração dos períodos (bouts) de alimentação coordenada, a freqüência das táticas principais (“Pesca Oposta”, “Chorus line”, “Kettle” e “Pesca Perpendicular”), presença de saltos, o tamanho de grupo engajado em cada tática, a sazonalidade e presença de indivíduos imaturos durante o comportamento alimentar coordenado. No primeiro capítulo foi analisado o comportamento alimentar coordenado da população de botos cinzas na Baía de Sepetiba durante 29 saídas de barco, das quais 18 ocorreram na estação chuvosa (primavera e verão) e 11 na estação seca (outono e inverno) entre Setembro de 2000 e Agosto de 2001. No capítulo 2, foi feita uma comparação entre os dados da população da Baia de Sepetiba (Capítulo 1) e dados da Baía de Ilha Grande coletados durante o período de maio de 2007 a março de 2008. Foram observadas 370 táticas coordenadas principais na Baia de Sepetiba e 914 táticas coordenadas principais na Baia de Ilha Grande. Foram realizados 239 “bouts” de alimentação com duração média de 66,65s em Sepetiba e 399 “bouts” em Ilha Grande com duração de 60 s ± 114 s. Foram encontradas diferenças significativas dos bouts somente entre as estações secas das duas baias, com a Baia de Sepetiba apresentando bouts mais longos e maior frequencia de táticas na estação seca do que na chuvosa em Sepetiba e o oposto em Ilha Grande. Em ambas as baías, a “Pesca Oposta” foi a tática coordenada mais realizada e com maior tamanho de grupo, sugerindo que esta tática apresenta um melhor custo benefício para os botos. Foi verificada presença de saltos, sendo mais freqüentes na Baia de Ilha Grande. Na Baia de Sepetiba, o tamanho de grupo foi significativamente diferente entre as táticas, porém não diferiu estatisticamente dentro de cada tática entre as estações do ano. Entre as duas baias, o teste de Mediana de Mood mostrou diferença significativa no tamanho de grupo somente para as táticas coordenadas “Pesca Oposta” e “Chorus Line”. O teste Kruskal Wallis foi diferente significativamente para o tamanho de grupo de todas as táticas coordenadas nas estações do ano nas duas áreas (p=0). Estas diferenças no tamanho de grupo parecem estar relacionadas com o tipo de presa e o ganho energético de cada tática para cada integrante do grupo. Indivíduos imaturos (filhotes e juvenis) foram observados em 227 grupos (61,35%) na Baia de Sepetiba e em 905 táticas coordenadas (95%) na Baia de Ilha Grande, sendo significativamente diferente a freqüência de táticas com presença/ausência destes animais entre as duas baías. Portanto, este complexo estuarino mostra-se adequado para a cria e aprendizado das diversas táticas de alimentação pelos filhotes. Esta região pode ser considerada então como um local importante para a conservação da espécie, necessitando de maior esforço de preservação e manejamento.