Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Raquel Teixeira
 |
Orientador(a): |
Vanderlinde, Frederico Argollo
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
|
Departamento: |
Instituto de Veterinária
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14210
|
Resumo: |
A Cleome spinosa (Brassicaceae), popularmente conhecida como mussambê ou sete-marias, tem o chá de suas raízes utilizado no combate de processos inflamatórios, tosse, asma ou bronquite, e o sumo das folhas em otites e feridas. A eficácia da espécie no tratamento das bronquites asmáticas foi caracterizada, bem como foram isolados diterpenos, flavonóides, catequinas, chalconas e alcalóides de seus extratos. Alguns flavonóides apresentaram atividades anti-oxidante, antifúngica, antibacteriana, antimutagênica e anti-espasmódica. Considerando estes indicativos e utilizando metodologias farmacológicas, esse trabalho avaliou o potencial antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato metanólico das partes aéreas da Cleome spinosa (EMCS) e dos flavonóides F10-16 e F11-13, administrados pela via oral, e mecanismos de ação envolvidos. Na avaliação antinociceptiva pelo teste da formalina em camundongos, evidenciou-se que o EMCS (1g/kg) reduziu o tempo de reatividade dos animais na 1ª (60,8%) e na 2ª fase (81,5%), sugerindo o envolvimento de mecanismos de ação central e anti-inflamatória na antinocicepção. Pelo método de Hargreaves, essa mesma dose do EMCS inibiu a dor incisional em ratos na segunda etapa (3o dia) do experimento, nos tempos de 3, 6, 9 e 12 horas após o tratamento, com inibição da hiperalgesia térmica de até 44,9%. De maneira semelhante, no teste de von Frey, ocorreu redução da alodinia mecânica nos tempos de 1, 3, 6, 9, 12 e 24 horas, com inibição máxima de 29,6%, bem como no 7º, 10º e 14º dias. Na avaliação anti-inflamatória através do teste da pleurisia induzida por carragenina em camundongos, o EMCS (1g/kg) foi capaz de reduzir a migração leucocitária (37,1%), bem como o extravasamento protéico para a cavidade pleural (32,1%). Estas propriedades anti-inflamatórias do EMCS foram confirmadas através da dosagem ex vivo (ELISA) do TNF-α no exsudato obtido da pleurisia, observando-se redução de 29,8% na concentração deste mediador inflamatório. A participação dos flavonóides F10-16 e/ou F11-13 na efetividade antinociceptiva e anti-inflamatória do EMCS foi investigada. No teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético em camundongos, o F10-16 (0,5; 1 e 2mg/kg) reduziu de maneira dose dependente as contorções (ID50=1,47mg/kg). Na formalina, a administração dos compostos F10-16 ou F11-13 (2mg/kg) inibiu a 2ª fase de nocicepção em 51,4 e 38,7% respectivamente. Nos testes da pleurisia e do edema de pata por carragenina em camundongos, o F10-16 ou F11-13 (2mg/kg) inibiram a migração leucocitária (42,7% e 39,0%) e a formação do edema em até 47,1% e 43,7% respectivamente, reduzindo também a concentração de TNF-α em 8,5% (F10-16) e 11,5% (F11-13). Na avaliação in vitro (ELISA) da influência dos flavonóides (6,75 a 200μg/mL) na atividade das cicloxigenases 1 e 2, o F11-13 apresentou inibição preferencial da COX-1 enquanto que o F10-16 inibiu seletivamente a COX-2. Na fosfolipase A2, os flavonóides (1mg/mL) inibiram 34,6% (F11-13) e 16,7% (F10-16) a atividade da enzima. Esses resultados indicam que a antinocicepção do EMCS envolve mecanismos anti-inflamatórios, através da inibição de enzimas responsáveis pela síntese de mediadores pró-inflamatórios e com a participação dos compostos flavonóides nesta efetividade, podendo estes resultados explicar algumas das indicações populares da Cleome spinosa. |