Avaliação dos efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório de extrato, frações e compostos de Borreria verticillata (L.) G. Mey (Vassourinha de botão)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mariano, Geysa de Matos Dutra lattes
Orientador(a): Vanderlinde, Frederico Argollo lattes
Banca de defesa: Vanderlinde, Frederico Argollo, Marinho, Bruno Guimarães, Matheus, Maria Eline
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11411
Resumo: A Borreria verticillata (L.) G. Mey é uma planta herbácea da família Rubiaceae, considerada uma erva daninha e conhecida como vassourinha-de-botão. Por ser usada pela população como analgésica e antipirética, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato aquoso das folhas de B. verticillata (EFBV), das frações flavonoídica (Flav), butanólica (BuOH) e acetato de etila (AcOEt) e dos compostos rutina (Ru, rendimento de 58%) e ácido clorogênico (AC, rendimento de 3%), administrados via oral em camundongos. Estudos anteriores, mostraram a atividade do extrato de EFBV, do flavonóide rutina e do composto fenólico ácido clorogênico em diversas atividades biológicas, incentivando nossa pesquisa com estes compostos, objetivando a confirmação dos usos da B. verticillata. A avaliação da atividade antinociceptiva pelo modelo das contorções abdominais (ácido acético), mostrou que a administração de EFBV (100, 300 e 1000mg/kg) produziu inibições no número de contorções de 23,6%, 30,3% e 47,3% respectivamente, quando comparados ao veículo, assim como o controle positivo (CP) indometacina reduziu as contorções. No modelo de imersão cauda, a administração de EFBV não mostrou alterações no tempo de latência dos animais diante do estímulo térmico e para confirmar estes resultados antinociceptivos, avaliamos a atividade motora do EFBV, no qual sua administração não modificou o tempo de permanência dos animais no rota-rod. A avaliação da atividade anti-inflamatória, utilizando o modelo de pleurisia por carragenina, mostrou que a administração de EFBV (1g/kg) inibiu a migração leucocitária em 33,7%, comparativamente ao veículo e as frações Flav (20mg/kg), BuOH (200mg/kg) e AcOEt (25mg/kg) também apresentaram reduções na migração leucocitária de 38,9%, 71,1%, 78,8% respectivamente. Avaliando a atividade antiedematogênica com o modelo de edema de orelha (óleo de cróton), a administração de EFBV (1g/kg) reduziu o edema de orelha em 47,6%. Na artrite articular por zimosan, o EFBV (1g/kg), a Ru (30mg/kg) e o AC (2mg/kg) reduziram o edema da articulação fêmur-tibial em 57,8%, 49,2% e 51,7% respectivamente, quando comparados aos veículos. Neste mesmo modelo, o EFBV (1g/kg), os compostos Ru (30mg/kg) e AC (2mg/kg) inibiram a migração leucocitária para cavidade articular em 64,9%, 79,5% e 77,8%, quando comparados aos seus respectivos veículos, assim como a CP dexametasona também produziu reduções nos dois parâmetros avaliados neste modelo. Na mensuração do diâmetro fêmur-tibial, seguida da dosagem da citocina TNF-α no macerado articular, EFBV, Ru e AC reduziram a espessura articular em 58,1% (EFBV, Ru) e 40,7% (AC), quando comparados ao controle salina-zimosam. Avaliamos a concentração de TNF-α após administração de EFBV, Ru ou AC, onde observamos reduções de 30,4%, 37,0%, 21,7%, respectivamente, na concentração da citocina, comparados com controle salina-zimosan e semelhante ao CP, reduzindo em 50,0% esta concentração. Estes resultados evidenciam que a antinocicepção do EFBV, no modelo das contorções abdominais mostrando envolvimento de mecanismos anti-inflamatórios, tendo este extrato apresentado atividade antiedematogênica no modelo de edema de orelha e, juntamente com os compostos Ru e AC, no modelo de artrite por zimosan. Adicionalmente, o EFBV e as frações (Flav, BuOH e AcOEt) inibiram a migração leucocitária na pleurisia por carragenina, tendo também o extrato, Ru e AC apresentado efetividade semelhante na artrite articular por zimosan, reduzindo também a concentração de TNF-α. Esses resultados sugerem que os efeitos anti-inflamatório, antinociceptivo e anti-artrite obtidos envolve a inibição do TNF-α, justificando os efeitos biológicos do EFBV, da rutina e do ácido clorogênico, podendo explicar alguns dos usos da B. verticillata (L.) G. Mey.