Ácaros e insetos associados a diferentes variedades de lúpulo em quatro municípios do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fernandez, Patrícia Santos de Castro lattes
Orientador(a): Menezes, Elen de Lima Aguiar
Banca de defesa: Menezes, Elen de Lima Aguiar, Resende, André Luís Santos, Matrangolo, Walter José Rodrigues
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10456
Resumo: No estado do Rio de Janeiro, o lúpulo (Humulus lupulus L., Cannabaceae) vem ganhando espaço em municípios da região serrana. Todavia, problemas fitossanitários nessa cultura já vêm sendo detectados, mas poucos registros de pragas dessa cultura no Brasil foram encontrados na literatura. Contudo, espécies pragas-chaves do lúpulo em outros países são conhecidas. Esse estudo teve os seguintes objetivos: (1) identificar as espécies da artropodofauna fitófaga associadas às folhas de H. lupulus e possíveis insetos predadores, em mudas ou plantas adultas em Cachoeiras de Macacu, Cordeiro, Nova Friburgo e Seropédica, RJ e (2) avaliar os níveis de infestação do artrópode que infesta mais comumente as folhas de variedades de lúpulo nos plantios comerciais em Cordeiro e Nova Friburgo, além de identificar possíveis insetos predadores. Inspeções fitossanitárias foram feitas nas plantas de lúpulo de 03/julho/2019 a 21/janeiro/2020, quando folhas foram coletadas para identificação de artrópodes no laboratório, onde fases imaturas de insetos encontradas foram criadas para obter adulto para identificação e dados biológicos. Os resultados obtidos mostram que o lúpulo serviu de planta hospedeira de artrópodes fitófagos das classes Arachnida e Insecta, e que algumas dessas espécies fitófagas estão associadas com insetos predadores. O ácaro rajado, Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) infestou as cinco variedades de lúpulo avaliadas (Brazylinsk, Cascade, Hallertau, Saaz e Victoria) em ambos os locais, mas não houve diferença nos seus níveis de infestação entre as variedades, mas a infestação foi mais elevada em Nova Friburgo do que em Cordeiro. Os insetos predadores do ácaro rajado identificados foram os tripes do gênero Scolothrips (Thysanoptera: Thripidae) e joaninhas do gênero Stethorus (Coleoptera: Coccinellidae). Frankliniella gemina (Thysanoptera: Thripidae) foi outra espécie de tripes identificada, mas possui hábito fitófago, sendo pouco frequente e ocorrendo em número muito reduzido. O lúpulo é registrado pela primeira vez como planta hospedeira da cigarrinha-das-fruteiras, Aetalion reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) no Brasil, ampliando a série hospedeira dessa cigarrinha. Observou-se ainda a interação de agregações de A. reticulatum com Trigona spinipes (Hymenoptera: Apidae). Trialeurodes vaporariorum é registrada pela primeira vez infestando folhas de lúpulo (variedades Hallertau e Saaz) no Brasil. Este é o primeiro registro de lúpulo como planta hospedeira de outras 14 espécies de moscas brancas (Hemiptera: Aleyrodidae) das subfamílias Aleurodicinae e Aleyrodinae distribuídas entre nove variedades de lúpulo inspecionadas (Brazylinsk, Cascade, Chinook, Columbus, Hallertau, Nugget, Saaz, Spalt e Victoria). O lúpulo é também registrado pela primeira vez como planta hospedeira de larvas de três espécies de Lepidoptera (Noctuidae, Noctuinae): Elaphria agrotina, Spodoptera dolichos e Spodoptera eridania, as quais foram capazes de se alimentar de folhas de lúpulo, sendo que essa última foi predada por larva de Ceraeochrysa cornuta (Neuroptera: Chrysopidae) em condições de campo. Conclui-se que T. urticae e T. vaporariorum foram as únicas espécies fitófagas de ocorrência comum em outros países associadas ao lúpulo, sendo que a primeira é mais frequentemente encontrada nos plantios comerciais de lúpulo em Nova Friburgo e Cordeiro