Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Schwan, Isabela dos Santos
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Orientador(a): |
Dias, Gustavo Muniz
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Banca de defesa: |
Paiva, Paulo Cesar de,
Gama, Bernardo Antonio Perez da |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10834
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Resumo: |
O transporte de organismos incrustantes nos cascos de embarcações é um mecanismo importante de introdução de espécies marinhas exóticas, assim como fator preponderante para a navegabilidade dessas embarcações. Para minimizar este problema, tintas à base de metais pesados como o cobre têm sido aplicadas nos cascos. Nos últimos anos, proprietários de embarcações atracadas no Clube Naval Charitas (CNC), Niterói, RJ, observaram um aumento na ocorrência de um poliqueta, que foi identificado como o Serpulidae Hydroides elegans (Haswell, 1883). Neste trabalho H. elegans foi caracterizado e sua distribuição na costa brasileira discutida. Para avaliar como o cobre afeta as estratégias de recrutamento, crescimento e reprodução deste poliqueta, placas de PVC foram submersas na região do CNC durante três meses, e submetidas a dois tratamentos distintos: metade das placas foi pintada com uma tinta anti-incrustante, que possui cobre na forma de óxido cuproso (Cu2O) como composto ativo, e a outra metade com uma tinta controle, sem o cobre. Após 15, 30, 45, 60 e 75 dias foram avaliados o número e o tamanho dos indivíduos de H. elegans nas placas tratamento e controle. No final do experimento foi induzida a liberação de gametas e quantificado o número de óvulos produzidos pelas fêmeas. Para cada amostra também foi realizada a fecundação dos gametas de 10 fêmeas e 10 machos e avaliada a produção larval por indivíduos do tratamento e do controle e a resistência dessas larvas a uma solução de cobre. Para avaliar se o cobre torna também os indivíduos e sua prole resistentes a outros fatores de estresse foi testada também a sobrevivência dos adultos e de sua prole a outros fatores de estresse naturais como: baixa salinidade, temperatura elevada e a uma fonte de estresse artificial, o ácido acético. H. elegans foi mais abundante nas placas sem cobre e essa diferença de abundância aumentou ao longo do tempo. Já o tamanho de H. elegans inicialmente foi maior nas placas com cobre do que nas placas sem cobre, mas essa diferença se inverteu ao longo do tempo. O cobre afetou também a reprodução de H. elegans reduzindo número de gametas femininos e larvas, porém aumentou o tamanho dos gametas femininos. Além disso, larvas oriundas de adultos expostos ao cobre apresentaram maior sobrevivência no cobre do que larvas vindas de adultos do controle na primeira repetição do experimento. A exposição ao cobre não atribuiu nenhuma vantagem ou desvantagens às larvas quando expostas a outras fontes de estresse: baixa salinidade, alta temperatura ou ácido acético, mas em alguns casos, independente das condições do ambiente, larvas e adultos oriundos de ambientes com cobre apresentaram maior mortalidade do que aqueles oriundos de placas controle. O ácido acético levou a mortalidade total das larvas e dos adultos independente da origem. Os resultados demonstram que apesar de reduzir a incrustação por H. elegans, o cobre das tintas antiincrustantes induz modificações na biologia reprodutiva do poliqueta que fazem com que indivíduos vivendo em ambientes com cobre maximizem seu sucesso reprodutivos produzindo menor número de larvas, mas larvas mais resistentes ao cobre, mas isso leva a um custo com uma baixa sobrevivência, sugerindo que a resistência ao cobre é energeticamente custosa. |