Dúvidas, incertezas e inquietações de professoras/es: tessituras a partir de um curso de formação continuada em gêneros e sexualidades na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Luz, Luiz Otavio Ferreira da lattes
Orientador(a): Silva, Joyce Alves da lattes
Banca de defesa: Silva, Joyce Alves da lattes, Fernandes, Mônica Pinheiro lattes, Sepulveda, Denize de Aguiar Xavier lattes, Oliveira, Esmael Alves de lattes, Baião, Jonê Carla lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20137
Resumo: A diversidade e a sexualidade humana, principalmente relacionada ao espaço escolar de crianças e jovens, assim como a formação de professoras/es, é temática central desta tese. A pesquisa que se desenvolveu como um dos requisitos para o doutoramento em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), tem por objetivo discorrer sobre as dúvidas, incertezas e inquietações enfrentadas por professoras/es sobre assuntos relacionados aos gêneros e às sexualidades na escola. Esperava-se compreender as práticas pedagógicas sobre as questões de gêneros e sexualidades e quais problemáticas impediam esse desenvolvimento. A escrita deu-se em meio ao caos de uma pandemia que ceifou a vida de milhares de pessoas, junto a um cenário político devastador, de um (des)governo absurdamente autoritário, que pregava o ódio, o preconceito racial, a LGBTQIA+fobia, que descaracterizava e desqualificava pessoas com deficiência e que em um panorama de crise, ainda divulgava Fake News. Neste período tão turbulento, a pesquisa necessitou se adaptar em virtude do afastamento social e assim foi desenvolvido em formato on-line, nascendo o “Curso de Extensão em Gênero e Sexualidade na Escola”. Tal curso, elaborado e coordenado por mim e pela orientadora desta tese, Joyce Alves, foi realizado com a contribuição das/os membras/os do Laboratório de Estudos em Gênero, Educação e Sexualidades (LEGESEX), e com a contribuição de professoras/es pesquisadoras/es convidadas/os para lecionar as aulas. Tivemos um montante de 254 cursistas, professoras/es da educação básica e outras/os alunas/os da UFRRJ. Para este estudo foram selecionadas/os 34 professoras/es da educação básica da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, congregadas/os na “turma Luiz Otavio”. Esta pesquisa versou sobre uma abordagem qualitativa que percorreu etnografia digital (SANTOS, 2005 e MISKOLCI, 2017), visto as necessidades do momento em que se desenvolveu e para a seleção das respostas das/os participantes usamos a “Análise de Conteúdo” (Bardin, 2011). Sob a perspectiva de indícios, pistas e sinais (GINZBURG, 1989) e não verdades absolutas, busco para a leitura das discussões a metodologia nos/dos/com os cotidianos apresentados por Alves (2002 e 2008) como instrumento facilitador de compreensões sobre o problema, uma vez que mergulhei nos espaçostempos da pesquisa, dedicando-me aos sujeitos, nas quais as ações dos cotidianos produzidospraticados foram observadas de forma atenta, respeitando as minhas subjetividades e a das/os cursistas. Compreendi que a partir de uma formação inicial insuficiente professoras/es constituem saberes experienciais Tardif (2011), através de situações que acontecem nos cotidianos da escola e os currículos passam a ser criados cotidianamente, no diálogo nos/dos/com os pares e no entrelaçamento entre as diversas redes de sujeitos e conhecimentos presentes nas escolas (OLIVEIRA, 2003). Assim, esta tese postula que deveria haver maior investimento em políticas públicas educacionais sobre as questões voltadas aos gêneros e às sexualidades nos espaços escolares, e a importância das formações continuadas que visem a constituição de práticas mais justas, sem desigualdades, preconceitos, intolerâncias e desrespeito aos diferentes modos de vida.