Co-ocorrência de duas espécies de lagartixas, uma endêmica da Mata Atlântica (Gymnodactylus darwinii (Gray,1845)) e outra exótica (Hemidactylus mabouia Moreau de Jonnes 1818) em diferentes localidades do Rio de Janeiro e em Praia das Neves - ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Barbosa, Thiago Rodrigues lattes
Orientador(a): Araújo, Alexandre Fernandes Bamberg de lattes
Banca de defesa: Kiefer, Mara Cíntia, Ferreira, Ildemar, Esbérard, Carlos Eduardo Lustosa, Rocha, Carlos Frederico Duarte da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10845
Resumo: Principalmente entre os anos sessenta e noventa do último século, a competição interespecífica, definida como o efeito negativo recíproco de uma espécie sobre a outra, foi apontada por muitos estudos como o principal fator responsável pela estrutura observada nas comunidades naturais. As categorias da competição inter-específica podem ser definidas como competição por exploração, competição por exclusão e competição por interferência. As invasões de espécies são bons momentos para observar efeitos da competição interespecífica na natureza, porque teoricamente “perturbam” a estrutura da comunidade no processo de invasão. No Brasil, ainda temos carência de estudos enfocando as interações ecológicas entre vertebrados exóticos e nativos. Neste estudo, observamos duas espécies de lagartos das famílias Phylodactylidae e Geckonidae, que possivelmente competem por espaço, a espécie nativa Gymnodactylus darwinii e a espécie invasora Hemidactylus mabouia, analisando a co-ocorrência das duas e a possível estruturação da comunidade, pela competição entre elas. Este trabalho foi dividido em duas etapas: a primeira apresentou uma visão mais ampla da distribuição das duas espécies em estudo, chamada “Etapa Sítios”. Na segunda etapa, reduzimos a escala geográfica do problema (a coexistência das duas espécies), tratando de um experimento com moitas situadas na restinga de Praia das Neves-ES, chamada “Etapa Moitas”. Na primeira etapa, testei a co-ocorrência das duas espécies e constatei que a estruturação da comunidade pode ter sido pela competição interespecífica. Na “Etapa Moitas” demonstramos que as espécies co-ocorreram na maioria das moitas, mas a espécie invasora sempre apareceu em maior número e em algumas moitas apareceu sem a presença da espécie residente. Possivelmente nestas moitas já ocorreu o deslocamento da espécie local. A estrutura das moitas também foi estudada, tendo como o volume da moita, assim como a riqueza de espécies dentro da mesma, como características principais da sua estruturação. O volume da moita influenciou a riqueza da herpetofauna da moita, mas não a abundancia. Separadamente, as abundâncias dos lagartos tiveram relação significativa com o volume da moita, já os anuros não. As bromélias que havia nas moitas não foram significativamente importantes para os dois lagartos, já em relação aos anuros foram de extrema importância. A maior densidade da espécie invasora, bem como sua superioridade física, sua dieta mais diversificada e seu nicho não conservativo levaram a conclusão da ocorrência da competição assimétrica entre as espécies. Esta característica, somada a outras encontradas no ambiente de restingas nos revela a estruturação desta comunidade pelo modelo invasor.