Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Marcelo Vinícius da
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Orientador(a): |
Chaer, Guilherme Montandon |
Banca de defesa: |
Resende, Alexander Silva de,
Silva, Eduardo Vinícius da |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
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Departamento: |
Instituto de Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11335
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Resumo: |
O lodo de esgoto tratado, denominado biossólido, contém altos teores de macronutrientes e matéria orgânica sendo, potencialmente, um ótimo insumo para utilização agrícola e florestal. Entretanto, estudos sobre a resposta de crescimento de espécies arbóreas florestais nativas à adubação com biossólido ainda são muito incipientes. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos proporcionados pela aplicação de biossólido de lodo de esgoto sobre o crescimento de sete espécies arbóreas da Mata Atlântica, comumente utilizadas em plantios de restauração. Em um experimento de campo em Seropédica, RJ, foi avaliado o efeito de quatro doses de biossólido (0, 2, 4 e 8 L por cova de plantio) e um tratamento com fertilização mineral sobre o crescimento de sete espécies arbóreas. Ao longo de 19 meses foi monitorado o crescimento (altura e diâmetro à altura do solo – DNS) e a sobrevivência das espécies Schinus terebinthifolius Radd. (aroeira), Lafoensia glyptocarpa KOEHNE (mirindiba), Inga laurina (Sw.) Willd. (ingá-laurina), Senna multijuga (Rich.) (pau-cigarra), Genipa americana (Vell.) Brenan (jenipapo). Em um segundo plantio, sob os mesmos tratamentos, foi monitorado por 9 meses as espécies Peltophorum dubium (Spreng.) Taub (farinha-seca) e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (orelha-de-negro). Ao final do período de monitoramento, foi avaliado também o diâmetro de copa e os teores foliares de macronutrientes. A dose de até 4 L de biossólido não comprometeu a sobrevivência das plantas em campo. Porém, sob o tratamento com fertilizante mineral houve mortalidade de todas as plantas de S. multijuga, 80% de I. laurina e 67% das plantas de L. glyptocarpa, provavelmente em razão do efeito dos sais do fertilizante sobre o potencial hídrico do solo conjugado à ocorrência de um período de estiagem após o plantio. O aumento da dose de biossólido correspondeu a um aumento linear do crescimento do DNS de S. terebinthifolius, e do crescimento em altura, DNS e diâmetro de copa de P. dubium. Entretanto, a aplicação da dose de 8 L de biossólido reduziu em até 50% o crescimento de S. multijuga. As espécies I. laurina, G. americana e E. contortisiliquum não apresentaram resposta à aplicação de biossólido. A adubação mineral reduziu significativamente o crescimento de S. terebinthifolius (p<0,05) e tendência similar foi observada para G. americana, L. glyptocarpa e P. dubium (p<0,17). Entretanto, esse mesmo tratamento aumentou em 70% o crescimento em altura de E. contortisiliquum em relação ao controle não adubado. Em geral, os tratamentos não alteraram significativamente os teores de macronutrientes foliares das espécies avaliadas. Uma clara exceção foi o aumento do teor de Ca em plantas de L. glyptocarpa que receberam biossólido, e o aumento do teor de N em P. dubium tratado com adubação mineral. Conclui-se que as diferentes espécies florestais nativas apresentam respostas distintas à aplicação de biossólido. A dose de 4 L/cova de biossólido foi a única que não teve efeito negativo ou promoveu o crescimento da das espécies arbóreas da Mata Atlântica avaliadas. Recomenda-se que estudos similares sejam efetuados em outros tipos de solo com outras espécies de modo refinar a recomendação do uso do biossólido em plantios de restauração florestal. Por fim, sugere-se cautela no uso de fertilizantes minerais para plantios com espécies nativas, pois esta prática pode resultar em mortalidade ou retardar o crescimento de algumas espécies. |