Efeito do lodo de esgoto no crescimento de espécies nativas da Mata Atlântica, na fertilidade do solo e na dinâmica de fungos micorrízicos arbusculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nalesso, Pedro Henrique Proença
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214888
Resumo: Algumas técnicas têm sido utilizadas com o objetivo de recuperar solos degradados, combinando práticas mecânicas, que visam romper camadas compactadas, com o plantio de espécies nativas, em diversos arranjos e a adição de fontes de matéria orgânica. Essas fontes funcionam como condicionadores de solo, melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Objetiva-se com este trabalho avaliar o efeito a longo prazo da utilização de diferentes tipos de fertilizantes na nutrição e no desenvolvimento de espécies nativas da Mata Atlântica, na dinâmica de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) e na fertilidade de um Neossolo quartzarênico. O experimento foi instalado em 2005 em uma área degradada, seguindo um delineamento com blocos casualizados e incluindo oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos por cinco doses de lodo de esgoto (2,5; 5; 10; 15 e 20 Mg ha-1 com suplementação de potássio - K), um tratamento com adubação mineral completa, outro apenas com a dose de K, utilizada como complementação e o tratamento controle (sem adubação). Para todas as parcelas foram transplantadas mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Em 2016 houve outra aplicação dos tratamentos, seguindo a mesma lógica de aplicação, porém com as doses aumentadas nos tratamentos com lodo de esgoto compostado (10; 20; 30; 40 e 50 Mg ha-1 ). Visando retomar o processo de monitoramento da recuperação da área e intensificar os estudos sobre o efeito a longo prazo das aplicações em diversas propriedades do solo e no desenvolvimento das plantas foram realizados dois arranjos diferentes de avaliações. No primeiro arranjo de mensurações, as avaliações realizadas foram no âmbito do crescimento e nutrição das espécies, e na fertilidade do solo, sendo executadas em todos os oito tratamentos. As avaliações dendrométricas e do estado nutricional das plantas foram realizadas nas seguintes espécies: Aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolia Raddi), Capixingui (Croton floribundus Spreng), Angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan), Canafístula (Peltophorum dubuim (Spreng.) Taub.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.) e Copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.). A análise de fertilidade do solo foi feita nas camadas 0 - 20; 20 - 40 e 40 - 60 cm. No segundo arranjo, as avaliações foram realizadas em apenas 4 tratamentos: controle, adubação mineral completa e as doses mínima e máxima de lodo de esgoto. Foram coletadas amostras de solo na profundidade de 0 - 10 cm para avaliação da densidade de esporos e colonização radicular por FMA, assim como para a análise de fertilidade e umidade do solo. Foram realizadas coletas em duas épocas do ano, seca e úmida, para verificar o efeito da sazonalidade na dinâmica de microrganismos. De maneira geral, o crescimento das espécies foi maior nos tratamentos com as doses de lodo de esgoto, demostrando o efeito residual positivo do fertilizante orgânico. Para todas as espécies arbóreas, em pelo menos uma das variáveis de crescimento foi obtido desempenho superior com a adição do lodo de esgoto, quando comparado aos demais tratamentos, com exceção do Angico-vermelho. O lodo de esgoto influenciou positivamente a fertilidade do solo até 40 cm de profundidade. Os teores foliares de P, Ca, Mg e S na maioria das espécies foram superiores nos tratamentos com lodo de esgoto, quando comparados com os demais tratamentos (controle e adubação mineral). As doses de lodo de esgoto foram superiores aos tratamentos apenas com adubação mineral e o controle para as variáveis umidade e fertilidade do solo na profundidade de 0 - 10 cm. A colonização radicular, em ambas as épocas, apresentou valores significativamente superior nos tratamentos com lodo, em comparação com os demais tratamentos. Para o controle e com a dose de 10 Mg ha-¹ de lodo, a colonização por FMA foi superior no período seco. A esporulação apresentou comportamentos distintos entre épocas, indicando que a produção de esporos pode variar em função da interação de fatores bióticos e abióticos no ecossistema, sendo necessário mais avaliações na área experimental para elucidar melhor essas interações.