A remigração japonesa para o Rio de Janeiro (1930-1945): uma análise sobre a política pública de implementação da colônia agrícola em Santa Cruz e alguns de seus desdobramentos na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ikeda Júnior, Riyuzo lattes
Orientador(a): Guedes, Cezar Augusto Miranda lattes
Banca de defesa: Villela, Lamounier Erthal lattes, Vianna, Márcio de Albuquerque lattes, Tenório, Fernando Guilherme lattes, Kraemer, Carlos Frederico Bom lattes, Guedes, Cezar Augusto Miranda lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19766
Resumo: Esta tese apresenta a remigração japonesa ao Rio de Janeiro, a partir de 1938, como uma política pública varguista de ocupação regular fundiária e de produtividade de gêneros agrícolas no espaço de parte da Zona Oeste carioca. Da segunda metade do século XX em diante, a industrialização e a pressão imobiliária passaram ao cotidiano dessas áreas rurais, que resistem ao tempo e permeiam o passado das políticas públicas. Como suposições, esta tese possui: (a) O interesse pela experiência da mão de obra japonesa para o cultivo e pela importância de Santa Cruz para a então Capital Federal; (b) O Governo Federal (1930-1945) utilizou a mão de obra originada da imigração japonesa em Santa Cruz com o objetivo de ocupar o solo ordenadamente na região em vista do abandono da Fazenda Santa Cruz após o processo de Proclamação da República; (c) A industrialização e a urbanização foram as principais causas da descaracterização do Núcleo Colonial Agrícola de Santa Cruz. Áreas que eram rurais sofreram com o avanço de empresas e conjuntos habitacionais, seguindo um modelo de desenvolvimento implementado pelo Governo Federal a partir da década de 1970, o que persiste no espaço e no tempo em anos recentes. Como objetivo principal, a tese possui o seguinte: analisar a (re)migração japonesa para o Rio de Janeiro, sob uma perspectiva multidimensional das políticas públicas, implementada nas décadas de 1930 e 1940 e que gerou efeitos imediatos e que se estendem até o atual contexto na conjuntura socioeconômica fluminense. Já os objetivos específicos são os seguintes: (a) Contextualizar, sob uma perspectiva histórica e geográfica, os antecedentes e a chegada da mão de obra migrante japonesa ao Brasil e, mais especificamente, ao Rio de Janeiro desde a suas origens no país asiático até sua instalação local; (b) Analisar as decisões do Governo Federal (1930-1945) sobre os incentivos e atração de imigrantes japoneses para o Rio de Janeiro e respectivas políticas públicas adotadas para fortalecer a ocupação em Santa Cruz; (c) Expor o processo de esvaziamento da política pública de produção agrícola de Santa Cruz a partir da década de 1970, bem como a mudança da conjuntura econômica nacional que impactou no cenário socioeconômico local no período citado. Quanto ao método empregado é uma pesquisa qualitativa, com pesquisa bibliográfica de investigação descritiva, exploratória e investigativa sobre o espaço analisado em decorrência de persistência das atividades agrícolas locais fundadas ao final da década de 1930 e que estão presentes no imaginário da capital fluminense. Hoje a pressão imobiliária sobre essas propriedades encontra- se em patamar avançado por todas as regiões ao redor da antiga colônia agrícola, seja por indústrias ou residências. Tais fatores confluem para as suposições apresentadas, confirmando- as sobre a ocupação do espaço pela mão de obra japonesa, políticas de parcelamento regular do solo e produção de diversas culturas sob responsabilidade de agricultores familiares em um período que a monocultura latifundiária predominava. Mostrou-se ainda que, apesar da forte pressão e do esvaziamento do cultivo agrícola, há persistência do setor agrário local.