Stomoxys calcitrans: estabelecimento de colônia e efeito de Metarhizium anisopliae sobre seus estágios imaturos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Moraes, Ana Paula Rodrigues lattes
Orientador(a): Bittencourt, Avelino José lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11848
Resumo: Stomoxys calcitrans é uma mosca hematófaga associada à redução da produtividade, devido ao estresse causado aos animais e a disseminação de patógenos. O conhecimento do controle de pragas, utilizando fungos entomopatogênicos, vem crescendo no decorrer dos anos, porém poucos trabalhos têm sido realizados visando o controle de S. calcitrans. O objetivo deste estudo foi estabelecer uma colônia de S. calcitrans direcionada ao bioensaio de controle microbiano, verificar o potencial patogênico de Metarhizium anisopliae sobre ovos, larvas e pupas, e ainda, avaliar três métodos de exposição dos ovos ao fungo estudado. Após adaptação das metodologias de criação de S. calcitrans descritas na literatura, a colônia foi mantida no Laboratório de Dípteros Hematófagos UFRRJ. Os bioensaios foram realizados no Laboratório de Controle Microbiano de Artrópodes de Importância Veterinária UFRRJ, onde foi utilizada a cepa 959 de M. anisopliae para elaboração das suspensões aquosas. No primeiro método, os ovos foram imersos na suspensão (2,2 x 108 conídios/ml e diluições) e transferidos para placa de Petri contendo algodão hidrófilo. No segundo método (2,3 x 108 conídios/ml e diluições) os ovos foram imersos e transferidos para o meio de desenvolvimento larval. No terceiro método (2,1 x 108 conídios/ml e diluições), os ovos foram depositados sobre a superfície do meio de desenvolvimento larval e uma alíquota da suspensão fúngica foi adicionada. As larvas com nove dias de desenvolvimento foram imersas na suspensão (2,1 x 108 conídios/ml e diluições) e transferidas para o meio de desenvolvimento larval, enquanto que as pupas de 16 dias de desenvolvimento foram imersas na suspensão (2,3 x 108 conídios/ml e diluições) e depositadas em placas de Petri. Foram utilizadas diluições na concentração de 107, 106 e 105 conídios/ml e controle positivo e negativo. A mortalidade foi avaliada no décimo dia após exposição, onde foi observado se ocorria mudança de estágio. Foi verificada alta mortalidade em todos os grupos (tratados e controles) no primeiro método de exposição de ovos. Nos outros dois métodos, foram obtidos 100% de inviabilidade dos ovos expostos à concentração de 108 conídios/ml. No segundo método, houve 92,5% de inviabilidade dos ovos, enquanto que no terceiro método, a inviabilidade foi de 53,33%, ambos na concentração de 107 conídios/ml. As concentrações subseqüentes não apresentaram diferença significativa frente aos controles e nem entre os dois métodos de exposição fúngica. Nas exposições de larvas e pupas não ocorreu diferença estatística entre os tratamentos e os controles. Suspensões de M. anisopliae em altas concentrações são capazes de inviabilizar ovos de S. calcitrans, entretanto, isto não ocorreu em larvas e pupas, pois o fungo não impediu o desenvolvimento destes. O método mais efetivo para o controle das formas imaturas de S.calcitrans foi o segundo método, entretanto, o que mais se assemelha às condições naturais seria o terceiro, onde foi obtido resultado significativo apenas na maior concentração fúngica. A adoção de metodologias experimentais que simulem condições naturais pode otimizar a utilização de fungos no controle de artrópodes, de forma que sua ação não seja comprometida, quando aplicados no campo.