Silenciando a cor: o trato pedagógico da cultura afro-brasileira no ensino de artes do Município do Rio de janeiro
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13002 |
Resumo: | O currículo desenvolvido nas escolas, ligado à arte africana e afro-brasileira vem sendo desenvolvido de maneira tímida no ensino de artes Visuais, uma das disciplinas indicadas como preferenciais na lei 10.639/03. Após dez anos de sua publicação questiona-se se a falta de materiais didáticos ou a falta de formação dos docentes nas questões étnico-raciais possam ainda ser usadas como justificativa para a timidez na aplicação dessa norma curricular. Em principio sabíamos que a produção imagética dos artistas afro-brasileiros era pouco valorizada pelos docentes dessa disciplina e infelizmente, muitos seguiam priorizando um ensino estético de origem europeia. As imagens que chegam à escola acerca do negro sejam pelo livro didático ou trazidas pelos professores, ainda são aquelas que retratam uma situação estigmatizada advinda da escravidão ou aquelas onde artistas clássicos e modernos resumem a figura do negro a um ser exótico e por vezes surreal. Para o contexto do ensino da Arte, elas são importantes para denunciar um período de opressão a esses povos, porém em tempos da lei 10.639/03 surge a necessidade de uma prática pedagógica que evidencie a imagem do negro como um produtor de cultura. Esta pesquisa surgiu na tentativa de entender por que a produção africana e afro-brasileira é pouco valorizada pelos docentes dessa disciplina que ainda priorizam um ensino estético de origem europeia. O lócus dessa investigação situa-se na zona oeste do Rio de Janeiro e tem como sujeitos professores de Artes Visuais da nona coordenadoria regional de ensino. Utilizando uma abordagem qualitativa, o trabalho investiga o trato pedagógico desses profissionais e tenta visualizar os obstáculos que dificultam a aplicação de um currículo relacionado a essa temática. No decorrer da pesquisa são abordados algumas ideologias e fatos históricos representados na Arte que ajudaram a naturalizar o tratamento subalterno da imagem do negro e por consequência as evidentes aparições dessa construção em sala de aula. O pouco ou nenhum tratamento despendido pelos professores sobre a produção artística africana e afro-brasileira desvaloriza a diversidade em sala de aula legitimando práticas que desconsideram a ancestralidade e a formação cultural brasileira. Essas práticas ainda são observadas devido à existência de uma formação ideológica que autoriza a produção de certos sentidos obrigando a silenciar outros, estando a colonialidade no centro dessa formação. Neste contexto, as tensões que surgem acerca da diversidade, envolvendo o negro e suas representações são evitadas e silenciadas por uma prática hegemônica determinando a beleza e o ideal estético como aqueles produzidos pelo branco. |