A relação entre esquemas iniciais desadaptativos, modos esquemáticos e ideação suicida em pacientes com episódio depressivo maior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Sílvia Maria Pereira da lattes
Orientador(a): Souza, Wanderson Fernandes de lattes
Banca de defesa: Souza, Wanderson Fernandes de lattes, Hildebrandt, Fernanda Martins Pereira lattes, Wainer, Ricardo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20632
Resumo: O suicídio é um fenômeno complexo e multicausal considerado um problema de saúde pública mundial. Apresentando-se como ideação suicida, tentativa de suicídio e o suicídio propriamente dito, que requer uma avaliação clínica e monitoramento de risco adequados. A presente pesquisa visou compreender a ideação suicida a partir da Terapia do Esquema de Jeffrey E. Young e de seus conceitos sobre Esquemas Iniciais Desadaptativos e Modos Esquemáticos. Neste contexto, as experiências iniciais oriundas na infância com os cuidadores moldam a compreensão de si mesmo e do mundo, e futuras relações interpessoais. O objetivo principal deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática de artigos de 2012 e 2022, além de investigar os Esquemas Iniciais Desadaptativos e Modos Esquemáticos em uma amostra de 61 pacientes deprimidos come sem a ideação suicida. Os resultados são apresentados no formato de dois artigos. No primeiro artigo, efetuou- se uma revisão sistemática de artigos nacionais e internacionais entre os anos de 2012 e 2022, sendo selecionados sete artigos para a amostra final. Os resultados indicaram que os esquemas isolamento social/ alienação, defectividade/ vergonha, desconfiança/ abuso e arrogo/ grandiosidade foram mais prevalentes em pacientes com alto risco de suicídio. Por fim, a heterogeneidade de condições psicopatológicas e diferentes tipos de instrumentos utilizados demonstram a necessidade de pesquisas adicionais. No segundo artigo, realizou-se um estudo transversal com 61 pacientes deprimidos, divididos em dois grupos: Grupo I (n=30) sem ideação suicida e o Grupo II (n=31) com ideação suicida. Os participantes preencheram cinco instrumentos: (1) dados sociodemográficos; (2) entrevista clínica estruturada de transtornos do DSM-5; (3) inventário de depressão de Beck-II; (4) questionário de esquemas de Young e (5) inventário de modos esquemáticos. Os resultados evidenciaram que o Grupo II apresentou maior frequência e intensidade de sintomatologia depressiva. Ademais, comparativamente, tiveram escores mais elevados nos esquemas subjugação, defectividade/ vergonha, isolamento social, abandono, postura punitiva, padrões inflexíveis e emaranhamento, bem como do modo criança vulnerável. Adicionalmente, o Grupo II apresentou associação significativa com os modos criança zangada e pai punitivo. Em contrapartida, o Grupo I obteve pontuações mais altas nos modos criança feliz e adultos saudável. Portanto, pacientes deprimidos com ideação suicida apresentaram uma maior valência de esquemas disfuncionais em comparação aos pacientes deprimidos sem ideação suicida. Por outro lado, aqueles sem ideação suicida apresentaram modos esquemáticos mais saudáveis. Os modos criança zangada e pai punitivo desempenharam papéis mediadores significativos na relação entre sintomatologia depressiva e ideação suicida. Sugere-se que pesquisas futuras analisar percepções de funcionamento esquemático durante o episódio depressivo maior atual e o risco de suicídio, a fim de complementar às descobertas discutidas neste estudo.