Resumo: |
O presente trabalho foi construído tendo a relação de torcedores de futebol no estádio do Maracanã como ponto principal. Na esteira do chamado “futebol moderno”, aquele atingido diretamente pelos processos de globalização e mercantilização dos bens culturais, pretendemos identificar determinados processos e possíveis fenômenos capazes de afetar o modus torcedor. Uma das maneiras está diretamente ligada às modificações do espaço – seja em escala macro ou micro, do urbano ao lócus esportivo – propiciadas e incentivadas a partir dos grandes eventos. Dessa maneira identificamos a entrada da cidade do Rio de Janeiro na “era dos grandes eventos”, a partir do Pan-Americano de 2007. Sendo assim, o estádio do Maracanã – nosso recorte físico de observação – passou por consideráveis modificações estruturais ao longo dos anos, em cada megaevento esportivo que abrigara. Desde sua inauguração no ano de 1950, até o presente momento, às vésperas dos Jogos Olímpicos, o que foi considerado “maior do mundo” é hoje um estádio com instalações físicas “modernas”, confortáveis e adaptadas aos padrões da Federação Internacional de Futebol (FIFA), considerados necessários para o espetáculo do futebol. Dessa maneira, procuramos identificar as representações que novos e “velhos” torcedores fazem desse novo-velho espaço. Símbolo incontestável do futebol brasileiro e monumento que por vezes se confunde com a própria cidade que o abriga. Para tanto, além de uma análise teórica que procura analisar o debate entre as cidades e os megaeventos procuramos fazer tanto das entrevistas quanto dos arquivos jornalísticos nosso campo de pesquisa. O periódico carioca Jornal dos Sports foi verificado para analisarmos como a construção do estádio do Maracanã, outrora Estádio Municipal, ocorreu. Bem como todo o debate em torno de sua construção. Entrevistando os torcedores pudemos concluir e apontar as nuances que esses indivíduos e suas agremiações torcedoras enfrentam na constante inserção no futebol modernizado. |
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