Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Victor Santos
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Orientador(a): |
Popinigis, Fabiane
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Banca de defesa: |
Silva, Ayalla Oliveira
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Azevedo, Elciene Rizzato
,
Grinberg, Keila
,
Souza, Adriana Barreto de
,
Popinigis, Fabiane
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17622
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Resumo: |
Esta tese investiga as estratégias senhoriais de emancipação gradual a partir do caso da família Steiger e as ações e formas de negociação da liberdade pelas famílias escravas e libertas da fazenda Victoria nas décadas de 1870 e1880. Buscamos assim abordar a crise da escravidão dentro de uma perspetiva relacional, tecendo visões do processo da Abolição tanto pelo olhar da casa-grande, quanto da senzala rebelde. Para investigar as estratégias desenvolvidas pela senzala da sesmaria Victoria examinamos os lugares sociais que essas famílias escravas e libertas ocuparam no processo da Abolição. Analisamos as famílias de escravizados e suas lutas para negociarem novas relações de trabalho com os Steiger, nas duas últimas décadas da escravidão e no pós-abolição, até 1892. Para compreensão da reconfiguração das relações de trabalho na sesmaria Victoria analisamos as correspondências pessoais (cartas, biografia de Steiger e o relatório administrativo da plantation Victoria) da família Steiger. Na análise dessas fontes, percebemos tanto a negociação da senzala por remuneração pelas atividades desenvolvidas, como as impressões dos Steiger sobre a escravidão e seu futuro e seus esforços para manutenção das relações de dependência daquelas famílias. No auge da crise do escravismo e força do movimento abolicionista, acompanhamos a luta de escravos na sesmaria Victoria na Justiça para fazer valer seu direito à liberdade, colocando os senhores Steiger na condição de réus perante os tribunais. Também examinamos as árvores genealógicas dessa senzala, pontuando sua organização e como se formou ali uma comunidade com laços de parentesco consaguíneo e de compadrio internos e externos, demonstrando que aquela escravaria era antiga e conseguiu se manter estável por mais de mais de três décadas. A nossa intenção foi perseguir esses sujeitos históricos no tempo e entre séries documentais diferentes, tentando localizá-los em diversos contextos. Por fim, esta tese sustenta a hipótese que a família Steiger não suportou a decadência da força moral senhorial, acelerada a partir da Lei do Ventre Livre, não conseguindo conter o abandono coletivo da senzala rebelde da sesmaria Victoria antes do 13 de maio de 1888. |