Narrativas da abolição da escravidão no Brasil em livros didáticos de história (1889-1930).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinto, Patrícia Duarte
Orientador(a): Manke, Lisiane Sias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8089
Resumo: Este estudo analisa como a Abolição da escravidão no Brasil foi abordada em livros didáticos de História publicados entre os anos de 1889-1930, observando o espaço concedido à temática nos livros e aos agentes sociais eleitos como protagonistas nas narrativas. Para a realização da pesquisa foram selecionados livros didáticos de História que possuíssem o conteúdo Abolição da escravidão nos seguintes acervos: Acervo de Livros Didáticos de História do Laboratório de Ensino de História (LEH/UFPEL); Centro de Documentação de História da Educação da Faculdade de Educação (CEDOC/UFPEL); Centro de Memória e pesquisa Hisales (História da Alfabetização, Leitura, Escrita e dos Livros escolares); e no Laboratório de ensino e material didático da USP (LEMAD), que disponibiliza livros didáticos de história digitalizados em seu site institucional. Desta forma, tal investigação permitiu que se analisasse como o tema foi abordado nos livros didáticos de História selecionados e se compreendesse as narrativas desenvolvidas por diferentes autores a partir do contexto em que foram publicadas as obras. Os livros didáticos foram divididos por décadas de publicação de modo a estabelecer as categorias de análise de conteúdo. Assim, a partir da metodologia da análise de conteúdo, aplicada em 19 obras, constatou-se que durante a Primeira República houve uma ampliação da abordagem acerca da Abolição nas narrativas históricas didáticas. Além disso, é percebível que cada autor abordou a temática contemplando diferentes aspectos, tais como: a Abolição vista como uma data (13 de maio de 1888); a Abolição vista como fato histórico protagonizado pelo ato da Princesa Isabel; a Abolição como um movimento; a Abolição como resultado de ações parlamentares do Império, leis e abolicionistas; e a Abolição vista como resultado de uma propaganda. A partir da análise das fontes é possível notar que as narrativas apresentadas nos livros didáticos de História acerca da Abolição da escravidão apresentam uma determinada compreensão da história que contribuiu para perpetuar a ideia de que a população escravizada não teria participado desse processo. Portanto, a história da Abolição nas narrativas didáticas é construída, no período pesquisado, de modo que se compreenda a Abolição como uma concessão à população negra. Os textos apresentados possuem a “experiência do tempo” daqueles autores e editores que viveram no pós-abolição e escreveram sob a influência historiográfica da época.