Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Motta, Cássia Couto da
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Orientador(a): |
Souza, Miliane Moreira Soares de
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Banca de defesa: |
Souza, Miliane Moreira Soares de,
Penna, Bruno de Araújo,
Pribul, Bruno Rocha,
Coelho, Irene da Silva,
Marval, Márcia Giambiage de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9588
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Resumo: |
No Brasil, a prevalência de Staphylococcus pseudintermedius meticilina-resistentes como causa de processos infecciosos em animais de companhia permanece desconhecida. A emergência de MRSP é um desafio para a Medicina Veterinária, uma vez que pode acarretar falhas terapêuticas. O presente estudo fornece uma visão da ocorrência de cepas MRSP multirresistentes oriundas de amostras clínicas caninas e felinas do Rio de Janeiro, Brasil. Um total de 92 isolados de S. pseudintermedius foi investigado quanto à formação de biofilme, presença de genes de virulência que codificam enterotoxinas estafilocócicas (sea, seb, sed, sec, seccanine e se-int), leucocidinas (lukS-lukF, lukE-lukD e lukM), hemolisinas (hla, hlb, hld, hlg, hglv) e toxinas esfoliativas (eta, etb, etd, siet e exi), suscetibilidade à meticilina e presença dos genes mec. O estudo da diversidade genética foi realizado com as cepas MRSP através da tipagem do SCCmec, do gene spa e das técnicas de PFGE e MLST. A maioria dos isolados avaliados (93,0%; 81/87) foi classificada como produtora de biofilme, em diferentes intensidades. Dentre os genes de virulência pesquisados, 97,8% (90/92) dos isolados amplificaram o gene siet, que codifica uma toxina esfoliativa de S. pseudintermedius, 87,0% (80/92) amplificaram o gene se-int, relacionado à produção de enterotoxina nessa espécie, e 12,0% (11/92) o gene que codifica o bicomponente da leucotoxina LukE-LukD (lukE/D) em S. aureus. Nenhum isolado amplificou os demais genes de virulência pesquisados. Quanto à resistência à meticilina, 22 (23.9%) foram identificados como MRSP por difusão em disco, microdiluição em caldo e presença do gene mecA. Após a tipificação do SCCmec, o tipo de cassete frequentemente encontrado foi o II-III (81,8%; 18/22), seguido de SCCmec não-tipáveis (13,6%; 3/22) e de SCCmec IV (4,5%; 1/22). Além disso, foi observada multirresistência em todas as cepas MRSP. Quatro tipos de spa intimamente relacionados foram detectados: t02 (72,2%; 13/18), t15 (16,6%; 3/18), t05 (5,6%; 1/18) e t06 (5,6%; 1/18). A técnica de PFGE permitiu a identificação de dois clones, além de outras duas cepas relacionadas. Através da tipagem por MLST, três STs/CCs (ST/CC71, ST265/CC258 e ST282/CC45) que nunca foram reportados em cepas MRSP brasileiras oriundas de processos infecciosos puderam ser detectados. Além desses, dois novos STs (NST) foram identificados e serão submetidos ao curador da base do banco de dados do MLST. A predominância da linhagem mundialmente disseminada ST/CC71- spat02-SCCmecII-III (54,5%; 12/22) dentre as cepas avaliadas foi revelada. A análise comparativa dos métodos de tipagem utilizados evidenciou a importância da combinação de técnicas para a compreensão da estrutura populacional de cepas MRSP. Os resultados obtidos confirmam a necessidade do monitoramento de patógenos multirresistentes e de mais estudos no Brasil que busquem determinar a prevalência e as características de MRSP em animais de companhia, fornecendo dados de que subsidiarão medidas preventivas e de controle. |