Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Reinach, Mariana Homem de Mello
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Orientador(a): |
Ferreira, Andrey Cordeiro
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Banca de defesa: |
Schmitt, Cláudia Job,
Carvalho, Igor Simoni Homem de,
Silva, Selmo Nascimento da |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11561
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Resumo: |
A defesa da agroecologia tem congregado pessoas e instituições diversas, representando camadas sociais e interesses divergentes e mesmo antagônicos. A presente pesquisa teve por objetivos, por um lado, realizar uma leitura crítica sobre o contexto geopolítico global que acompanhou a emergência e difusão da agroecologia pelo mundo, e por outro, identificar o conteúdo político e ideológico do que se afirma como a “dimensão social da agroecologia”. Para isso acompanhamos a trajetória de desenvolvimento do termo “agroecologia” desde os anos 1930 até os dias de hoje, bem como a trajetória de seu par antagônico – a ciência agrícola convencional ancorada pelo pacote tecnológico da Revolução Verde e que em sua segunda etapa vem incorporando elementos de ecologização técnica e de valorização de conhecimentos “locais”, integrando-os de forma subordinada nos quadros de acumulação. Demos especial atenção ao período compreendido entre os anos 1990 e 2000 - cenário de emergência do neoextrativismo e das propostas de “desenvolvimento sustentável” e de “multiculturalismo neoliberal” disseminado por organismos multilaterais - que coincide com o momento em que a agroecologia ganha maior destaque e espaço no debate público. Em seguida, realizamos a análise empírica sobre os discursos políticos da Via Campesina e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre agroecologia. Por terem capilaridade internacional, ambas as organizações influenciam e são influenciadas por uma ampla gama de sujeitos e instituições, o que torna seu discurso particularmente relevante. A partir de documentos oficiais, relatórios e declarações destas entidades pudemos observar como se construiu o conceito de agroecologia em cada uma delas. Utilizando a Ecologia Social de Murray Bookchin e a teoria anarquista de Mikhail Bakunin como lentes teóricas e ferramentas analíticas e interpretativas, identificamos que a distinção fundamental entre os “tipos” de agroecologia reside nos campos da diferenciação de classe, da ideologia, da organização social e da relação estabelecida entre humanidade, sociedade e natureza. Concluímos que hoje há uma coexistência entre um saber agroecológico que tende a assumir uma forma hegemônica-dominante-central, alinhado à segunda etapa da Revolução Verde e aos centros de poder, construído a partir de uma política econômica liberal como prática governamental; e um saber agroecológico em sua forma subalterno-periférica-insurgente, alinhado às periferias do poder, construído a partir de práticas emancipatórias em busca de autonomia e territorialização do campesinato. Esses dois “tipos” de agroecologia, ao mesmo tempo que se excluem, se reforçam mutuamente a partir da dialética entre autoridade e liberdade. |