Intervenções psicossociais em oncologia: Investigação de práticas do psicólogo junto a crianças com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Ray Roberto Andrade lattes
Orientador(a): Gonzalez, Lilian Maria Borges lattes
Banca de defesa: Gonzalez, Lilian Maria Borges, Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo, Soares, Maria Rita Zoéga, Costa, Márcia Regina Lima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14424
Resumo: O câncer é a segunda causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil. Embora as chances de remissão da doença tenham aumentado nas últimas décadas, o adoecimento por câncer exige tratamentos longos, invasivos e com efeitos colaterais, que podem acarretar comprometimentos socioemocionais para as pessoas que vivenciam esse diagnóstico, com prejuízos em seus níveis de qualidade de vida. Com vistas a oferecer apoio emocional às crianças e a seus familiares e prevenir ou amenizar efeitos adversos, psicólogos que atuam em oncologia pediátrica fazem uso de intervenções psicossociais. A presente pesquisa investigou, em moldes quanti-qualitativo, as estratégias psicossociais utilizadas por psicólogos na assistência a crianças e adolescentes com câncer, objetivando conhecer os processos de intervenção realizados no cuidado em âmbito hospitalar em termos de objetivos, modalidades, recursos e resultados. O estudo contou com a participação de 30 psicólogos (90% do sexo feminino), sendo 13 residentes no Brasil e 17 residentes no exterior, que atuavam na área onco-pediátrica há pelo menos um ano. Um questionário eletrônico composto por questões fechadas foi aplicado de modo online. De modo complementar, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com cinco das psicólogas brasileiras que responderam ao questionário. Os dados provenientes do questionário foram submetidos a análise estatística descritiva, enquanto os relatos obtidos nas entrevistas foram analisados e categorizados de acordo com a Análise de Conteúdo de Bardin. Como resultados, observou-se que metade dos participantes possuía especialização em psico-oncologia e adotava o modelo cognitivo-comportamental como referencial teórico. No que se refere às suas intervenções, os objetivos mais comuns foram acolher os sentimentos e pensamentos da criança/adolescente, além de auxiliá-la a compreender a doença e seu tratamento e reduzir os sintomas de ansiedade e depressão. Dentre as estratégias mais utilizadas sobressaíram a psicoeducação e o suporte psicológico e acolhimento. O estudo possibilitou levantar o perfil de atuação em psico-oncologia pediátrica, realizando uma sistematização das intervenções psicossociais utilizadas nessa área, o que colaborou para ampliar o conhecimento sobre o trabalho do psicólogo em um contexto de sofrimento e vulnerabilidades. Estudos dessa natureza podem oferecer subsídios para o planejamento e desenvolvimento de ações com potencial para reduzir danos ao desenvolvimento de crianças/adolescentes que enfrentam diferentes tipos de neoplasias.