Simulação de digestão in vitro acoplada a modelos de transporte gástrico e intestinal para estimar a captação e absorção de antocianinas em frutos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Peixoto, Fernanda Marques lattes
Orientador(a): Godoy, Ronoel Luiz de Oliveira
Banca de defesa: Godoy, Ronoel Luiz de Oliveira, Rojas, Edwin Elard Garcia, Moura, Mirian Ribeiro Leite, Fingolo, Catharina Eccard, Santiago, Manuela Cristina Pessanha de Araújo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9330
Resumo: O interesse pelo consumo das antocianinas aumentou após o surgimento da relação entre o seu consumo e a redução do risco de doenças crônicas. Apesar das evidências in vitro quanto a esses beneficios à saúde, ainda há uma lacuna que permanece sob investigação: o mecanismo de absorção das antocianinas pelo organismo humano. Sabe-se que a quantidade desses compostos, nos alimentos, não reflete a quantidade absorvida, metabolizada, distribuída e biologicamente ativa em humanos. Alguns modelos in vitro têm sido desenvolvidos para avaliar as etapas de digestão e transporte celular (absorção) de compostos dos alimentos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o transporte in vitro de antocianinas em alimentos utilizando modelos de digestão in vitro seguido do transporte em células intestinais Caco-2 e células gástricas MKN-28. Na 1ª etapa, oito frutos foram analisados quanto aos valores de bioacessibilidade (BCSS) fornecidos pelas antocianinas presentes, para posterior seleção para os ensaios de transporte. Os ensaios de BCSS foram realizados com um modelo de digestão in vitro, para simulação das fases oral, gástrica e intestinal humana. A quantificação e determinação do perfil de antocianinas foram realizadas por Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com coluna Thermo® Scientific C1s 2,4 (4,6 x 100mm). Na 2ª etapa, realizou-se os ensaios de BCSS, anteriormente aos ensaios de transporte, nos frutos potencialmente mais promissores. Para a avaliação do transporte gástrico, na sequência, o digerido gástrico foi aplicado sobre a monocamada de células MKN-28, com 2,5 x 10^5 células, em meio RPMI, em placa transwell® e, após 7 dias de cultivo, o permeado foi coletado nos tempos 30, 60, 120, 180 minutos. Para o transporte intestinal, sequencial, o digerido intestinal foi aplicado sobre a monocamada celular Caco-2, com 2,5 x 105 células, em meio DMEM, em placas transwell® e, após 21 dias de cultivo, o permeado foi coletado nos tempos 30, 60 e 120 minutos de transporte. Todas as análises foram realizadas por CLUE/detector de arranjo fotodiodo (Thermo® Scientific), a 520 nm. Os pós da casca da jabuticaba, jambo e jamelão foram as matrizes mais promissoras. A BCSS das antocianinas, após a digestão gástrica, foi de 13 % parajabuticaba, 45 % parajambo e 65 % parajamelão, enquanto a BCSS intestinal foi de 10% para jabuticaba, 15 % para jambo e 45 % para jamelão. Os ensaios de transporte (ET) com os modelos de célula MKN-28 resultaram em 19,7; 9,7 e 14,1 % de ET, respectivamente, para os pós do jambo, jabuticaba, e jamelão, enquanto que o modelo Caco-2, resultaram em 0,8, 0,2 e 0,3 % de ET, respectivamente. Estes resultados sugerem que as antocianinas são preferencialmente absorvidas pela mucosa gástrica.