Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Lima, Mariana Gomes
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Orientador(a): |
Silva, Jairo Pinheiro da
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Banca de defesa: |
Brandolini, Solange Viana Paschoal Blanco,
Montresor, Lângia Colli,
Costa, Clélia Christina Mello Silva Almeida da,
Maldonado Júnior, Arnaldo |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9697
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Resumo: |
O nematódeo Angiostrongylus cantonensis tem ganhado notoriedade sob o ponto de vista da saúde pública fora de sua área endêmica na Ásia, uma vez que nos últimos anos casos de meningoencefalíte eosinofílica vêm sendo reportados em outros continentes, como nas Américas. No Brasil mais de trinta casos dessa zoonose já foram registrados e há relatos da presença desse nematódeo em 11 estados. Em seu ciclo de vida heteroxeno A. cantonensis tem, ao longo do seu desenvolvimento, a necessidade de hospedeiro intermediário e definitivo, envolvendo predominantemente, moluscos e roedores, respectivamente, além de vários hospedeiros paratênicos, sendo o homem um hospedeiro acidental. Pode infectar uma rica variedade de moluscos terrestres e aquáticos e neste estudo, foram utilizadas para infecção experimental populações nascidas e criadas em laboratório de duas espécies de planorbídeos neotropicais transmissores da esquistossomose mansônica, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila. Com a finalidade de caracterizar o perfil fisiológico resultante dessa relação hospedeiro-parasito, os moluscos hospedeiros foram separados em grupos de infectados e não infectados, contendo trinta moluscos por grupo, todos feitos em triplicatas. A investigação durou 21 dias, ao fim do período pré-patente os moluscos foram dissecados para a coleta de hemolinfa, retirada de tecidos e utilização da concha para verificação de concentração de cálcio. A oviposição dos moluscos de ambas as espécies foi observada quanto à viabilidade dos ovos, assim como (A) Número de massas ovígeras/molusco; (B) Número de ovos/molusco; (C) Número de ovos/massa ovígera e (D) Número de moluscos eclodidos/molusco. Na hemolinfa foram quantificadas as proteínas totais, glicose, ácido úrico, ureia, a atividade das transaminases ALT e AST, lactato desidrogenase - LDH, e os ácidos orgânicos (oxálico, pirúvico, succínico e lático). Na massa cefalopediosa e glândula digestiva, foram mensurados os conteúdos de glicogênio e na glândula de albúmen, foi mensurado o galactogênio. Os resultados obtidos mostraram que os moluscos infectados, de ambas as espécies, apresentaram redução significativa na viabilidade dos ovos, de 50% para B. straminea e de 10% para B. tenagophila. O estado energético também foi vigorosamente afetado, com mobilização das reservas de glicogênio, e queda da glicemia de 68% para B. straminea e de 6,48% para B. tenagophila, seguida de uma elevação na atividade da LDH de 518,25% para B. straminea e 320,14% para B. tenagophila, bem como na concentração do ácido lático, 5,7mM para B. straminea e 0,34 mM para B. tenagophila, e redução na concentração dos ácidos pirúvico e succínico. A intensa liberação de aminoácidos gliconeogênicos a partir do catabolismo proteico inverteu o padrão excretor de uricotélico para ureotélico tanto em B. tenagophila quanto em B. straminea. A lesão tecidual mostrou elevação de 69% na concentração das proteínas totais na hemolinfa de B. straminea, bem como a intensa atividade das aminotransferases, AST e ALT, com aumento de 241,26% e 360%, respectivamente, em relação ao grupo controle. A infecção reduziu em 51,57% a concentração de proteínas totais circulantes para B. tenagophila, e elevou a atividade de ALT e AST em 310% e xi 280% em comparação com os moluscos não infectados. Os resultados observados neste estudo indicam que o metabolismo energético e estrutural de ambas as espécies foi vigorosamente afetado pela infecção, mostrando a ativação de uma via anaeróbia para compensar a exaustão das reservas glicídicas, assim como a mudança no padrão excretor em função da utilização de substratos proteicos para produção de ATP. Embora, estudos sobre aspectos clínicos, patológicos e epidemiológicos da angiostrongilíase neural têm sido extensivamente realizados, dados acerca do perfil metabólico e reprodutivo de moluscos infectados por A. cantonensis são escassos. Este estudo pioneiro na relação parasito-hospedeiro das espécies focadas seguramente contribuirá tanto para o conhecimento dessa interação, quanto da epidemiologia da transmissão de A. cantonensis, além de fornecer novos subsídios que poderão ser utilizados em medidas de prevenção e controle da meningite eosinofílica, zoonose considerada emergente no Brasil |