Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Bruno Naegeli
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Orientador(a): |
Silva, Nilton Sousa da
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Banca de defesa: |
Miranda, Lilian,
Paula, Cláudio Paixão Anastácio de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14453
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Resumo: |
Este estudo investiga as narrativas encontradas nos weblogs pró-anorexia, ou “pró-ana', como são chamados pelos autores e leitores dos mesmos. Tais weblogs, ou simplesmente blogs, são diários virtuais cujos autores narram um cotidiano atravessado por práticas, ideias, sentimentos e comportamentos, enfim, por um imaginário que se assemelha àquele encontrado em portadores de anorexia nervosa. A ideia central das narrativas é que tais práticas – jejuns, dietas rigorosas, uso de fármacos, dicas para burlar a atenção de médicos e responsáveis – configuram um caminho válido e desejoso para alcançar um estado considerado de “perfeição”, representado por um corpo extremamente magro. Apesar de nem sempre os autores se considerarem anoréxicos ou identificarem o termo pró-ana com o distúrbio alimentar, a mídia, a opinião pública e a instituição médica tendem a rapidamente os classificar como portadores de anorexia nervosa e os acusam de propagar e incentivar a referida patologia. Surgidos por volta do ano 2000, os blogs pró-ana são um fenômeno relevante. Nascido numa modalidade espacial especificamente contemporânea – o ciberespaço – o fenômeno pró-ana mescla a tecnologia comunicacional com a cultura vigente que incentiva espécie de culto ao corpo e à aparência. Este estudo objetiva compreender as narrativas pró-ana principalmente através do instrumental teórico e metodológico da psicologia analítica de Carl Gustav Jung. Isso significa lidar com a dimensão simbólica das narrativas, sempre consideradas em sua polissemia e indispensavelmente correlacionadas, de maneira dinâmica, com o panorama social e cultural no qual estão inseridas. Portanto, não é feita uma leitura psicopatológica, visto que tal caminho tem sido o mais comumente trilhado por aqueles que até então se debruçaram sobre este objeto de estudo. Ao permitir que as narrativas pró-ana fossem compreendidas sem as barreiras impostas por rotulações apriorísticas, foram obtidos sentidos, valores e implicações que ultrapassam àqueles derivados do simples diagnóstico. A sombra pró-ana se relaciona com o substrato social como espécie de caricatura que, ao forçar o traço de características comumente aceitas e almejadas a ponto de torná-las bizarras, convoca a consciência coletiva à reflexão a respeito de seu próprio paradigma. |