Uso de resíduo orgânico da produção de biodiesel direta da semente na atenuação dos efeitos de hidrocarbonetos de petróleo no solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Freitas, Fábio Cardoso de
Orientador(a): Zonta, Everaldo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10548
Resumo: Na busca por matrizes energéticas que possam minimizar o impacto ambiental causado no transporte, refino e distribuição de combustíveis fósseis, o biodiesel se destaca como uma alternativa economicamente viável e totalmente renovável frente ao petróleo. Com a regulamentação da Lei 11097 de 2005 o Brasil se consolidou no cenário mundial como um dos maiores produtores de biocombustíveis do planeta. Entretanto, a produção destes combustíveis verdes também gera resíduos que precisam de especial atenção não só por eventuais riscos quando do seu descarte de forma inadequada no ambiente, mas também por potencial uso na agricultura, como condicionador de solo, por exemplo. Assim, buscou-se neste estudo estimar o potencial de uso do resíduo orgânico oriundo do processo de produção de biodiesel direto da semente (torta de PDS) de Ricinus communis L. (mamoneira), em solo contaminado com hidrocarbonetos de petróleo, utilizando técnicas que aplicam métodos biológicos de remediação de áreas impactadas, e, também, como fertilizante orgânico na produção vegetal. A técnica da produção de biodiesel direta da semente foi desenvolvida pela Petrobras/Cenpes (detentora da patente) e pode ser utilizada para produzir biodiesel a partir de qualquer outra semente de oleaginosa e não apenas das de Ricinus communis L. Para tanto, o estudo se deu em fases distintas, apresentadas em três capítulos. Primeiramente foi feita a caracterização do resíduo segundo a ABNT/NBR 10.004:2004 e, para verificar seu potencial como fertilizante orgânico, teores de nutrientes foram determinados e comparados com a legislação pertinente no país. Todas as determinações foram feitas comparando o resíduo (torta de PDS) a uma torta de mamona procedente da forma convencional de obtenção de óleo (TMC). Depois foram realizados testes de laboratório com doses crescentes dos dois resíduos (tortas de PDS e TMC), para avaliar a taxa de mineralização, medida pela evolução de CO2 em solo contaminado e não contaminado com óleo bruto (4%). Por último, foram feitos ensaios em casa de vegetação onde plantas de Ricinus communis L. (mamona) e Helianthus annus L. (girassol) cresceram em substrato contaminado e não contaminado também com óleo bruto (4%), com seis doses crescentes de torta de PDS. A análise dos dados permitiu concluir que a torta de PDS é um resíduo de Classe II A (Não Perigoso e Não Inerte), segundo a NBR 10004:2004 e, de acordo com a legislação federal do MAPA (BR), como um fertilizante orgânico composto de Classe B . Além disto, verificou-se que o aumento das doses da torta de PDS estimulou a atividade microbiana, conduzindo ainda, no experimento com as oleaginosas, a um incremento linear no ganho de matéria seca da parte aérea e de raiz de ambas as plantas não submetidas ao contaminante. Também ocorreram mudanças na composição dos n-alcanos, tanto no experimento de laboratório como naquele conduzido em casa de vegetação. Assim os resultados permitiram concluir que a torta de PDS tem aplicabilidade nos processos de biorremediação e na ciclagem de nutrientes, devendo, entretanto, passar por ajustes no processo de produção para que sua utilização na agricultura e ou no meio ambiente não seja limitada pelos teores de Na, utilizados nesta nova rota de produção de biodiesel da Petrobrás.