Mandioca é vida: estudo etnobotânico na comunidade quilombola de Santa Tereza do Matupiri Rio Andirá (Barreirinha-Am)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sousa, Antonia Erica Costa de lattes
Orientador(a): Santos, Gabriel de Araújo
Banca de defesa: Santos, Gabriel de Araújo, Monteiro, Rosa Cristina, Pereira, Denis da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12430
Resumo: O presente estudo teve como objetivo principal demostrar, por meio da Etnobotânica, aspectos de ordem material, de organização social e representação simbólica no processo de cultivo da mandioca e da produção de seus derivados na comunidade quilombola de Santa Tereza do Matupiri. O lócus onde se realizou está pesquisa localiza-se no Rio Andirá, Município de Barreirinha- AM, no Baixo Amazonas. Buscou-se identificar e demonstrar as possibilidades e limites encontrados nas experiências dos agricultores da comunidade sobre os processos empíricos da produção da mandioca; caracterizou os sistemas de cultivo, as técnicas empregadas na produção e beneficiamento; analisou a dimensão cultural, territorial, cosmológica, política-organizacional e identitária que estão relacionadas ao cultivo desta espécie; buscou compreender as relações de troca que movimentam a dimensão econômica da comunidade; além disso, o trabalho buscou analisar em que medida o sistema produtivo constitui-se como uma trincheira de luta desta comunidade tradicional frente aos interesses do capital neoliberal. Utilizou-se abordagem qualitativa e teve como centralidade a metodologia interativa adaptada da técnica do Círculo Hermenêutico Dialético (CHD) de Guba e Lincoln (1989) e fundamenta-se também no princípio da pesquisa participativa. Dessa forma, o Círculo Hermenêutico Dialético aplicado como técnica para realização das entrevistas possibilitou demostrar o protagonismo dos agentes sociais, que participaram desta pesquisa, na construção e reconstrução da realidade. A pesquisa foi organizada em duas fases: a primeira constituiu-se na análise bibliográfica e documental em uma perspectiva dialógica entre botânica e a Etnobotânica e a segunda que se constitui no trabalho de campo. Neste sentido, este texto dissertativo é uma síntese dos diversos aspectos que envolvem o cultivo da mandioca na comunidade alvo da pesquisa, da produção ao seu consumo, em interface analítica dos condicionantes de ordem econômica e sociocultural. Evidenciou-se que os conhecimentos e as práticas tradicionais, neste trabalho representada pela Etnobotânica da mandioca, tem sido fundamental na conservação ambiental, na manutenção de ordenamentos comunitários, na garantia existencial das identidades quilombola e, portanto, no enfrentamento da lógica do capital.