Uso e conservação de plantas bioativas em comunidades quilombolas da mesorregião do Sudeste Rio-grandense.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Delfim, Tamiris Franco
Orientador(a): Mauch, Carlos Rogério
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5001
Resumo: O uso popular de plantas bioativas é uma arte que acompanha o ser humano desde os primórdios da civilização, apresentando se como uma excelente ferramenta para a promoção da saúde, renda e cultura de muitas regiões em especial para muitas comunidades tradicionais que são as detentoras deste conhecimento, mas que, no entanto, sofre sérios riscos de ser esquecido. Assim, o estudo etnobotânico procura resgatar e registrar esse saber, compreendendo a verdadeira relação entre o homem e a planta, através do conhecimento acumulado por séculos de contato estreito com seu meio ambiente. O presente trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento sobre o uso e conservação de plantas bioativas em duas comunidades quilombolas da Mesorregião Sudeste Rio-Grandense através do levantamento etnobotânico. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas e turnês guiadas, realizadas entre abril de 2015 e outubro de 2017 nas Comunidades do Algodão e do Cerro das Velhas. Foi delimitado o número máximo de cinco informantes chaves por comunidade, sendo realizado através da adesão voluntaria e pelo método bola de neve. As plantas citadas foram enquadradas em categorias de uso (medicinal humano e animal, ornamental, tóxica, condimentar, indicadora de solo, artesanal e ritualística), na parte utilizada (raiz, casca, caule, folha, flor, fruto e planta toda) e nas formas de utilização (suco, gargarejo, emplastro, xarope, chá, fomentação, maceração, comestível e outros). Com relação ao aspecto botânico foi considerado o hábito das plantas (arbóreo, arbustivo, subarbustivo, trepadeira e herbáceo). E para o habitat nativa e exótica. A comunidade Cerros das Velhas reconheceu 85 espécies e 42 famílias botânicas. Destacaram se pelo número de espécies as famílias Asteraceae, Lamiaceae, Myrtaceae, Rutáceae, Malvaceae, Rosaceae e Verbenaceae. A categoria que apresentou o maior número de citações foi a Medicinal Humano. As folhas foram a parte do vegetal mais utilizada, sendo o preparo na forma de chá. Quanto ao hábito de crescimento a maioria das plantas apresentou porte herbáceo e para o habitat predominaram as exóticas. A comunidade do Algodão foram identificadas 79 espécies e 36 famílias botânicas. Destacaram se pelo número de espécies as famílias Asteraceae, Lamiaceae, Myrtaceae e Rutácea. A categoria que apresentou o maior número de citações foi a Medicinal Humano. As folhas foram a parte do vegetal mais utilizada sendo o preparo, na forma de chá. Para o hábito a maioria das plantas apresentou porte herbáceo e para o habitat predominaram as exóticas. Os dados obtidos mostraram que as comunidades possuem um grande conhecimento sobre as plantas bioativas, utilizando as para diversos fins, principalmente na cura de doenças relacionadas aos sistemas respiratórios e gastrointestinais. Ambas comunidades através de seus relatos confirmaram a forte ligação existente entre o território e os recursos vegetais uma vez que lutam constantemente para manter viva a cultura de seus antepassados