Diagnóstico molecular de Anaplasma phagocytophilum (Foggie, 1949) em cães domésticos e carrapatos de áreas urbanas e rurais na microrregião de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Huarrisson Azevedo lattes
Orientador(a): Massard, Carlos Luiz lattes
Banca de defesa: Leite, Romario Cerqueira, Salcedo, Joaquim Hernan Patarroyo, Machado, Rosangela Zacarias, Almosny, Nadia Regina Pereira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9744
Resumo: Anaplasma phagocytophilum é um patógeno emergente capaz de infectar humanos, equinos e cães em todo o mundo. Essa bactéria é transmitida por carrapatos ixodídeos e mantida na natureza por uma variedade de pequenos mamíferos silvestres. O objetivo do presente estudo foi avaliar a presença do DNA de A. phagocytophilum em cães e carrapatos da microrregião de Itaguaí, Rio de Janeiro, além de estabelecer os fatores associados (idade, sexo, raça, infestação por carrapatos, etc) e as possíveis alterações hematológicas com a infecção por A. phagocytophilum em cães desta região. Essa bactéria foi detectada pela primeira vez no Brasil, em cães e carrapatos de áreas rurais e urbanas da microrregião de Itaguai, RJ através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em tempo real. Dos 398 cães amostrados, 24 (6,03%) foram considerados positivos, com limite de detecção (CT) variando entre 26 a 35 ciclos. As amostras positivas clonadas em pGEM-T apresentaram 100% de identidade com outras sequências de A. phagocytophilum depositadas no GenBank. Utilizando números definidos de cópias do plasmídio contendo um inserto de 122pb do gene msp2 a sensibilidade analítica do ensaio de PCR em tempo real através do sistema SYBR green foi capaz de detectar até três cópias do plasmídio. O ensaio foi considerado específico quando DNA de bactérias proximamente relacionadas à A. phagocytophilum foi colocado na reação. Um fragmento de 122pb do gene msp2 de A. phagocytophilum foi detectado através da TaqMan- PCR em um carrapato fêmea da espécie Amblyomma cajennense e em cinco Rhipicephalus sanguineus, sendo quatro machos e uma fêmea. As amostras de carrapatos positivas obtiveram CT que variaram entre 26,75 e 33,14 ciclos. A técnica de PCR em tempo real utilizando o sistema TaqMan foi capaz de detectar uma única cópia do gene msp2 de A. phagocytophilum em amostras de DNA de carrapatos. Infestação por carrapatos foram observadas em 66,67% (n=16) dos cães positivos na PCR. As espécies de carrapatos identificadas nos cães positivos foram R. sanguineus e A. cajennense, com predominância desta última espécie de carrapato. O histórico de infestação por carrapatos, acesso a áreas de mata e condição de limpeza do ambiente foram os fatores que apresentaram associação com a presença do DNA de A. phagocytophilum em cães na região estudada. Os principais achados hematológicos em cães infectados com A. phagocytophilum foram trombocitopenia, linfopenia e aumento do volume plaquetário médio. Os resultados do presente estudo demonstram que o agente da Anaplasmose Granulocítica Canina circula na região estudada e os cães podem servir como fonte de infecção para carrapatos vetores do agente. Este é o primeiro relato de A. phagocytophilum no Brasil, um agente zoonótico emergente responsável pela Anaplasmose Granulocítica Humana.