Fungos e micotoxinas presentes em amostras de pólen de abelhas melíferas do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Deveza, Michele Valadares lattes
Orientador(a): Rosa, Carlos Alberto da Rocha lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11902
Resumo: O pólen é um produto apícola rico em nutrientes essenciais para a alimentação das abelhas. Na colmeia ele passa por processos químicos e se torna o pão de abelhas, de extrema importância para o crescimento das larvas. Atualmente, o pólen apícola vem se destacando também na alimentação humana, tanto por suas propriedades terapêuticas, quanto pela sua utilização na indústria alimentícia. Para a produção de um pólen de qualidade a colmeia precisa estar sadia, e as abelhas, como qualquer outro animal, são susceptíveis a várias doenças, parasitas e predadores, que podem prejudicar seu desenvolvimento e produtividade. A Cria Ensacada Brasileira (CEB) é uma dessas doenças, que no Brasil acomete larvas de abelhas melíferas. Em apiários do estado do Rio de Janeiro vêm ocorrendo uma alta mortalidade de larvas com sintomatologia semelhante a da CEB, e ainda não há uma conclusão definitiva acerca do agente etiológico desta doença no estado. Portanto, os objetivos desse estudo visam esclarecer duas problemáticas: 1) avaliar, através de estudo de caso, amostras de pão de abelhas, abelhas adultas e pólen apícola em regiões atingidas e não atingidas pela CEB, diagnosticando a presença de fungos, visando fornecer informações importantes para a elucidação do agente etiológico da CEB no estado do Rio de Janeiro; 2) verificar a qualidade higiênica das amostras de pólen desidratado comercializado no estado do Rio de Janeiro. Um total de 48 amostras de pão de abelhas, 15 de abelhas adultas e 12 de pólen apícola, foram adquiridas de regiões endêmicas da CEB. As coletas ocorreram nos meses que antecederam, durante e após o período da doença. Já as amostras de pólen desidratado foram adquiridas no comércio do estado, totalizando 27 amostras. A enumeração da micobiota (ufc g-1) foi realizada através do método de diluição decimal com semeadura em placas utilizando-se meios de cultivo gerais e seletivos. Foram determinadas a freqüência de isolamento dos gêneros fúngicos e a densidade relativa das espécies. Foi determinado o perfil toxígeno de cepas isoladas e foi feita a detecção e quantificação de aflatoxina B1 no pão de abelhas e pólen apícola. Nos resultados obtidos das amostras do estudo de caso, o pão de abelhas mostrou ser o melhor substrato para o veículo de contaminação para a colmeia. Observou-se também altas contagens fúngicas, além da presença de micotoxinas e fungos entomopatogênicos, como Aspergillus flavus, A. niger agregados e A. fumigatus o que favorece a queda da imunidade desses insetos deixando-os suscetíveis a diversas doenças, entre elas a própria CEB. Em relação ao pólen desidratado, os resultados mostraram uma alta carga fúngica com 92% das amostras em condições higiênicas insatisfatórias segundo os padrões legais consultados e 25% das cepas de A. flavus mostraram-se potencialmente produtoras de aflatoxinas. Os altíssimos percentuais de reprovação das amostras para a qualidade higiênica, aliado à presença de grande variedade de fungos contaminantes, incluindo espécies produtoras de micotoxinas, é uma evidência de que a legislação necessita ser atualizada, para que este produto possa ser comercializado com segurança. Considera-se que toda a linha de produção do pólen apícola, desde sua coleta até o armazenamento deva ser monitorada, a fim de minimizar os riscos para a saúde humana