Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Carneiro, Camila Batista Marins
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Orientador(a): |
Portilho, Maria de Fátima Ferreira
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Banca de defesa: |
Schmitt, Claudia Job,
Menasche, Renata |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11586
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Resumo: |
Atualmente, observa-se um contexto de expansão da comercialização de produtos orgânicos, estimulado pelo aumento da demanda, por políticas públicas para o setor da agricultura familiar e pela ampliação da oferta de produtos orgânicos em supermercados e em outros canais, como feiras, lojas especializadas e Internet. A entrada de orgânicos nos supermercados tende a ser vista como parte do processo de “convencionalização” da agricultura orgânica e como uma força que levaria à redução ou mesmo ao desaparecimento dos canais alternativos de comercialização. No entanto, observa-se que experiências de compras coletivas de produtos orgânicos se mantêm, persistem e até mesmo crescem pelo país. Este trabalho tem por objeto a Rede Ecológica, uma associação de consumidores de produtos orgânicos, criada em 2001, no Rio de Janeiro/RJ, com o objetivo de facilitar o abastecimento dos lares com alimentos orgânicos e de ajudar o pequeno produtor a escoar sua produção. A questão central desta pesquisa é compreender a permanência deste tipo de associação de consumidores em um contexto de mudanças no papel desempenhado tanto pelo Estado quanto pelo mercado frente à agricultura familiar orgânica. Como conclusão, apontamos que a Rede Ecológica vem atualizando e ampliando os significados e os sentidos de suas práticas de compra de produtos orgânicos, percebidas por seus membros como alternativas, “mais politizadas” e, portanto, diferenciadas em relação às compras em outros canais. A diferença, de acordo com os associados, parece estar no fato de que, na Rede, a compra de orgânicos é feita de forma organizada e coletiva e, portanto, comprometida não só com a saúde pessoal, o pequeno produtor e o meio ambiente, mas também com a gestão da Rede e com a luta na esfera pública por temas referentes à alimentação e à agricultura familiar orgânica. Assim, apesar da compra ser a atividade estruturante da Rede Ecológica, há uma percepção, entre seus associados, de que a compra, por si só, não constitui uma forma suficiente de participação, bem como não é vista como uma maneira eficiente de lutar por mudanças mais significativas na sociedade. Deste modo, ao mesmo tempo em que a Rede Ecológica está inserida em um contexto de transbordamento da esfera política para ações individuais, a exemplo das propostas de consumo sustentável ou responsável, mantem a noção de política como sinônimo de participação coletiva. Isso nos leva a pensar que a Rede representa, para seus membros, um espaço de materialização de valores e de participação política na sociedade. Neste sentido, pode ser compreendida como parte do processo de ambientalização e politização do consumo e, ainda, no contexto dos Novos Movimentos Sociais Econômicos |