Árvores e lianas em um fragmento florestal Sul- Fluminense: Relação entre variáveis ambientais e estrutura dos dois componentes lenhosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Amorim, Thiago de Azevedo lattes
Orientador(a): Freitas, André Felippe Nunes de lattes
Banca de defesa: Braga, João Marcelo Alvarenga, Moraes, Luiz Fernando Duarte de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11338
Resumo: A Floresta Atlântica abrange uma quantidade expressiva da diversidade biológica brasileira. Devido à diversidade, altos níveis de endemismo e o histórico de devastação o Bioma é considerado um dos hotspots de biodiversidade. Boa parte da Floresta consiste em fragmentos de pequeno tamanho isolados entre si. Detectar e entender os fatores que contribuem para a estrutura de comunidades vegetais no contexto dos remanescentes florestais é de suma importância para conter efeitos deletérios da fragmentação e para o avanço do conhecimento ecológico concernente às comunidades vegetais. Apesar da existência de estudos de comunidades vegetais em fragmentos florestais, ainda são poucos os que abordam a estrutura de comunidades enfocando mais de uma forma de vida de maneira conjunta na região fluminense. No contexto de uma abordagem um pouco mais abrangente em ecologia de comunidades este trabalho se insere. Conduzi o estudo em um fragmento florestal da região Sul do Rio de Janeiro, no Município de Paracambi. Este fragmento é em uma Unidade de Conservação denominada Parque Natural Municipal do Curió (PNMC) que abrange uma área de 913,96 ha. Meus objetivos ao longo deste estudo foram: (1) descrever as comunidades arbóreas e de lianas; (2) verificar as possíveis relações biométricas entre as árvores e lianas, de forma a detectar se as relações abordadas explicam a estrutura das comunidades; (3) avaliar a relação entre fatores ambientais e a estrutura das comunidades de árvores e de lianas buscando entender se processos determinísticos ou estocásticos são mais relevantes e (4) comparar os padrões apresentados entre as comunidades. O PNMC apresentou 239 espécies lenhosas. Seus valores de riqueza florística são comparáveis a outros trechos de Floresta Atlântica no Rio de Janeiro e Região Sudeste. Detectei algumas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, ressaltando a importância do PNMC para conservação da Floresta Atlântica. A composição diamétrica das comunidades revelou uma predominância de indivíduos nas menores classes de diâmetro. A abundância relativa dos indivíduos de ambas as comunidades indicou a presença de poucas espécies abundantes e muitas espécies com somente um indivíduo. Esses padrões similares nas comunidades podem indicar que o PNMC ainda vem se recuperando das intervenções passadas. As relações biométricas entre as duas comunidades mostraram-se fracas, indicando pouca influência das relações na estrutura das comunidades. As análises com os fatores ambientais revelaram respostas distintas: a comunidade arbórea foi influenciada pelos fatores ambientais e a comunidade de lianas não apresentou relação, denotando existência de processos distintos estruturando as comunidades lenhosas. A razão dessas distinções atribui às características anatômicas particulares das árvores e lianas. Os resultados encontrados reforçam o valor de fragmentos florestais como importantes testemunhos da flora Atlântica e um interessante campo experimental para elucidar padrões e processos ecológicos. As informações deste trabalho podem servir de instrumento de manejo e conservação de fragmentos florestais das cercanias e a gestão do PNMC.