Uso de máscaras: aspectos psicossociais das manifestações no Rio de Janeiro pós-junho de 2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ávila, Raphael Ferreira de lattes
Orientador(a): Naiff, Luciene Alves Miguez lattes
Banca de defesa: Monteiro, Rosa Cristina, Souza, Antonio Riguetti Monteiro de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14493
Resumo: O presente trabalho investiga os aspectos psicossociais do uso de máscara em manifestações e protestos no Brasil contemporâneo, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro, implicando tais ações no contexto das lutas das chamadas Jornadas de Junho de 2013, analisando aqui tais acontecimentos entendo-os como organizados na forma da multidão, e pautados pela emergência do direito à cidade como forma de construir uma concepção destes acontecimentos. Buscamos pensar as possibilidades metodológicas de uma pesquisa em psicologia social a partir da triangulação de dados, em virtude de seu potencial de ampliação de profundidade: a Teoria das Representações Sociais através da abordagem estrutural e a proposta metodológica da Análise de Conteúdo, associadas através de suas perspectivas possíveis em pesquisa. Os resultados apontam o provável núcleo central das representações sociais com os elementos como “anonimato”, “black-bloc”, “esconder”, “proteção” e “vandalismo”. A análise de conteúdo indica respostas nos termos das categorias “experiência”, “justificativa” e “construção de identidade coletiva” para aqueles que declaram já haver usado máscara em protestos, e as categorias “anonimato” “proteção”, “julgamento”, “construção de identidade coletiva” e “fantasia” para aqueles que declaram nunca ter feito tal uso. A triangulação dos dados nos permite destacar a representação do “anonimato” em coro com as narrativas de busca por uma construção de identidade coletiva como potente agenciamento coletivo, tomando o uso de máscaras como distanciamento do indivíduo em favor da identidade de grupo. Concluímos em debate com a teoria, que os atuais protestos e manifestações no Brasil apresentam multiplicidades de afetos em torno do comum, colocando na cena brasileira esta nova forma autônoma de fazer política: dos espaços que criam aos instrumentos e às linguagens que utilizam, até as relações entre quem está atuando, de forma que ocultar o rosto pode ser menos uma proteção da individualidade e mais um ato de construção do pertencimento, da partilha de outro signo, mais social