Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Lins, Marcelo da Silva
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Orientador(a): |
Sales, Jean Rodrigues
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Banca de defesa: |
Sales, Jean Rodrigues
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Ferreira, Muniz Gonçalves
,
Sena Júnior, Carlos Zacarias Figueirôa de
,
Coelho Neto, Eurelino Teixeira
,
Santana, Marco Aurélio
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17667
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Resumo: |
Esta tese trata da atuação dos comunistas no movimento sindical baiano entre 1945 e 1952, a partir da relação entre as mudanças na linha política e orientações sindicais estabelecidas pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) e a prática de seus militantes. Com a anistia de 1945 o PCB vivenciou até então seu maior período de legalidade, que possibilitou uma maior inserção junto aos trabalhadores. Ao conquistar a legalidade, os dirigentes do PCB se preocuparam em alterar a imagem deixada em 1935, quando o partido pegou em armas. A intenção era passar a ser visto como o partido da ordem e tranquilidade, através da linha política de União Nacional que, no meio sindical, significava “apertar os cintos” e evitar greves que só deveriam ocorrer quando todos os outros recursos fossem esgotados. Após as eleições de dezembro de 1945, reavaliaram que “ordem” não poderia ser tratada como sinônimo de passividade e as greves passaram a ser tratadas como direito dos trabalhadores e, muitas vezes, necessárias pela carestia de vida, mas com parcimônia, para que não houvesse exploração política. Com as reviravoltas da conjuntura o PCB foi colocado na ilegalidade em 1947, iniciou um processo de autocrítica e considerou que sua atuação enquadrava-se como de conciliação de classes, que, ao lado de intensa repressão e intervenção nos sindicatos, empurrou os comunistas no sentido de construir entidades paralelas. O partido deixou de lado a linha de União Nacional e foi gradativamente assumindo uma posição mais à esquerda, com seu ápice no Manifesto de Agosto de 1950, quando defendeu a formação de uma Frente Democrática de Libertação Nacional (FDLN) com chamamentos à revolução. Nos sindicatos, a tentativa era de estruturar um sindicalismo livre do controle do Ministério do Trabalho, e ao mesmo tempo não se furtavam de atuar, quando possível, nos sindicatos oficiais, cobrando que assumissem a defesa das categorias. A “linha esquerdizante” perdurou até a realização do IV congresso do PCB em 1954, mas no meio sindical esse posicionamento teria durado até 1952, quando houve autocrítica e nova orientação. O objetivo dessa pesquisa é tratar de como os militantes que atuaram na base se colocaram diante dessas mudanças nas linhas políticas adotadas pelo partido e das demandas dos trabalhadores na luta por salários, direitos e melhores condições de trabalho. Trata-se da tentativa de fazer a história do PCB para além das suas formulações, salientando que os militantes de base conseguiram manter um vínculo estreito com as massas, liderando inúmeras movimentações e greves. Utilizamos, além da produção acadêmica, as memórias de antigos militantes, documentos e jornais da imprensa partidária e alguns relatórios policiais para buscar informações das ações dos militantes. A principal fonte analisada foi o jornal O Momento, publicado pelo PCB da Bahia entre 1945 e 1957, um veículo de comunicação que a partir de 1946 foi impresso diariamente e descrevia as movimentações operárias sob a ótica dos comunistas. Os resultados demonstram, entre outras coisas, que nem sempre as ações dos comunistas no meio sindical podem ser explicadas apenas por sua orientação política. Em alguns momentos, fatores externos ao partido, como o grau de repressão, o grau de organização da categoria e outros elementos da conjuntura foram fundamentais para determinar suas escolhas. |