Estresse no ambiente acadêmico: revisão sistemática e estudo transversal com estudantes universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lameu, Joelma do Nascimento lattes
Orientador(a): Souza, Wanderson Fernandes de
Banca de defesa: Souza, Wanderson Fernandes de, Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo, Carvalho, Marcele Regine de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14442
Resumo: O ingresso no nível superior de ensino exige uma série de adaptações do estudante que favorece a experimentação de sintomas de estresse. Muitos alunos vivenciam a experiência de morar sozinhos, com amigos ou pessoas desconhecidas. Alguns mudam de cidade, estado ou país, enfrentando diferenças culturais e a ausência da família. Além disso, é preciso compreender o sistema de ensino, lidar com professores diferentes, com pressões diversas, com as dúvidas sobre o curso, ou seja, é necessário aprender a lidar com a rotina acadêmica. Neste sentido, o estresse em níveis elevados, pode comprometer a saúde física e psicológica do aluno, interferindo no bom andamento da sua vida acadêmica. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre prevalência de estresse entre os estudantes universitários e avaliar a prevalência de stress, através do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), nos estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, relacionando-a com variáveis sociodemográficas obtidas através de um questionário estruturado. Os resultados são apresentados através de dois artigos inseridos nesta dissertação. No primeiro artigo, verificou-se, através de uma revisão sistemática, que a literatura internacional apresenta uma prevalência de 36,3% a 95,7% de estresse nos estudantes universitários. Observou-se que há pouca homogeneidade entre as pesquisas, ora utilizando-se de instrumentos diferentes, ora avaliando amostras muito diversificadas, o que dificulta a comparação entre os estudos. Já no segundo artigo, utilizando-se um desenho de pesquisa transversal, foram inquiridos 635 estudantes de ambos os sexos, numa amostragem representativa por curso, com cerca de 8% do universo estudado, onde foi identificada uma prevalência de 50% de stress. A amostra é caracterizada por ter em sua maior parte estudantes solteiros (90,20%), com idade média de 22 anos (DP=3,96), sendo que 96,50% não têm filhos. Verificou-se também o predomínio de sexo feminino (63,50%). A maioria dos estudantes não possui quaisquer atividades remuneradas (59,30%), sejam elas advindas do trabalho, de bolsas de iniciação científica ou ajuda de custo. Uma grande parcela mora em repúblicas e alojamentos estudantis. Apenas 29,76% dos estudantes residem com a família. Além da prevalência de estresse, foram também identificadas as fases e a sintomatologia mais presente. A fase de resistência e a sintomatologia psicológica foram mais predominantes (41,20% e 32,60% respectivamente), assim como houve maior prevalência de stress no sexo feminino (56,20%), entre alunos com menor contato com a família (59,70%) e que residiam em residências privadas (52,30%). É importante destacar também que 59,20% dos alunos já sentiram necessidade de atendimento psicológico, o que estava diretamente relacionado à gravidade da fase de stress. É importante que se realize mais estudos, amplos e com rigor metodológico adequado, preferencialmente através de desenhos longitudinais, que acompanhem os estudantes ao longo da trajetória acadêmica e que tragam resultados mais robustos que confirmem alguns destes dados encontrados.