Violência e trauma: sua relação com a saúde de estudantes universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Luciana Nunes da lattes
Orientador(a): Souza, Wanderson Fernandes de
Banca de defesa: Castro, Fabiano dos Santos, Vicente, Carla Cristine
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14460
Resumo: A violência é um fenômeno multifacetado, de magnitude mundial, que atinge a sociedade como um todo. Por se tratar de fenômeno multicausal, a violência, provoca inúmeros desdobramentos, inclusive impactando a saúde daqueles que a vivenciam. Este trabalho aborda conceitos bem familiares a toda sociedade que, nas duas últimas décadas vem assumindo um lugar de destaque e protagonismo. Desde 2002 a Organização Mundial de Saúde passou a considerar a violência tema de discussão de saúde pública, por se tratar de um fenômeno de alcance mundial, e pelo número de vítimas que alcança. A presente pesquisa tem como objetivo abordar o fenômeno da violência, suas principais modalidades e relacioná-las com problemas de saúde, neste caso, o Transtorno Mental Comum. Para tanto, foram entrevistados 271 estudantes universitários, com matrícula ativa em 37 cursos presenciais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no campus de Seropédica. Os participantes foram submetidos de forma facultativa a responderem questões relacionadas a dados sociodemográficos, por meio do Questionário de Dados Gerais, estruturado pelos próprios autores, assim como foram arguidos sobre vivência de trauma e violência, através do Questionário de História de Trauma - THQ e questões de saúde geral, utilizando o Questionário de Saúde Geral – QSG 12. Os resultados obtidos pela investigação são apresentados por intermédio de dois artigos. No primeiro artigo, verifica-se que a maioria dos alunos entrevistados (94,3%) relata já ter passado por alguma situação potencialmente traumática na vida e (62,8%) admite ter vivenciado até 5 situações diferentes de eventos possivelmente traumáticos. Dentre as possíveis manifestações de vivências traumáticas, destacam-se aquelas que foram apresentadas com maior frequência peloTHQ: Primeira “receber notícia de risco de vida de alguém próximo” (63%), a segunda e terceira situação mais frequentemente mencionadas se referem à violência urbana onde a experiência de “sofrer assalto ou tentativa” representa (49,6%) e com um pouco menos da metade dos alunos pesquisados estão aqueles imputados a ter algo tirado à força (37,6%). O segundo artigo apresenta amostra de estudantes composta por 62,7% do sexo feminino e 37,3% do sexo masculino, com idade média aproximada de 22 anos (Média = 21,9; DP= 3,1). A maioria solteira (93%), sem atividade remunerada (59%) e apenas (24%) declaram morar com a família. Aproximadamente a metade dos alunos entrevistados relatou visitar a família apenas aos finais de semana ou mensalmente e (56%) declaram sentir necessidade de atendimento psicológico. A prevalência de Transtorno Mental Comum obtida nesta investigação foi de 56,1%, sendo que as mulheres apresentaram duas vezes mais chance de desenvolverem sintomas de TMC, corroborando com a literatura consultada. Vale ressaltar a importância de realizar estudos futuros, a fim de confirmar e obter resultados mais precisos, além de estudos longitudinais que acompanhe a trajetória destes alunos, colaborando para a melhoria e ampliação dos serviços de saúde mental prestados nas instituições de ensino superior.